Moptop renasce com show potente e nostálgico no Augusta Hi-Fi

Texto e fotos: Caio Martins

Na noite de domingo, 13 de julho, em pleno Dia Mundial do Rock, a banda carioca Moptop realizou o quarto show de sua aguardada turnê de retorno, marcando também a segunda apresentação na capital paulista. A atmosfera no Augusta Hi-Fi, tradicional casa de shows localizada no coração da rua Augusta, era carregada de nostalgia e emoção. O clima era de celebração ao indie nacional dos anos 2000, com um público fiel que lotou o local em busca de reviver os tempos áureos da banda.



A noite começou com um esquenta de respeito: três bandas de abertura aqueceram o palco com estilos distintos, mas todos conectados pela energia pulsante do rock alternativo. A primeira a se apresentar foi a IORIGUN, banda baiana que subiu ao palco com o público ainda chegando. Com um repertório majoritariamente autoral, repleto de faixas inéditas, a banda surpreendeu com batidas marcantes e letras densas. O vocalista Iuri foi um show à parte, transbordando carisma e energia — literalmente — ao pular do palco e se juntar à plateia no encerramento da apresentação.


Com a casa mais cheia, foi a vez da Glaz, selecionada por meio de uma competição que reuniu mais de 40 bandas no final de semana anterior. A banda manteve o ritmo animado com um som vibrante e dançante, arrancando aplausos com um cover da banda DeLux — nome pelo qual o Moptop era conhecido no início da carreira.


Em seguida, a TV República, também vinda da seletiva, mostrou sua força com um som envolvente e uma base de fãs entusiasmada. Formada em 2008 em Guarulhos, a banda criou o ambiente ideal para a atração principal da noite.


Por volta das 21h45, as luzes da casa se apagaram e uma bateria iluminada por LEDs brilhou no centro do palco. Em seguida, os integrantes do Moptop — Mário Mamede (bateria), Rodrigo Curi (guitarra), Daniel Campos (baixo) e Gabriel Marques (vocal/guitarra) foram recebidos com gritos e aplausos. A banda abriu o show com “Contramão”, já colocando todos para cantar em coro o emblemático verso: “Me pede pra ficar, me pede pra cuidar de você”. Desde o primeiro acorde, o grupo mostrou porque marcou época no indie nacional, com riffs certeiros, letras sinceras, um baixo marcante e uma entrega emocional genuína. O público, por sua vez, fez sua parte: cantou a plenos pulmões e transformou o local em uma verdadeira catarse coletiva.O primeiro bloco ainda contou com sucessos como “Uma Chance”, “Bem Melhor” e “Ninguém Pra Te Esquecer”, resgatando o Moptop clássico que habita a memória afetiva dos fãs.


Na segunda parte do show, a conexão entre banda e plateia se intensificou. Destaque para “Desapego” e seu refrão poderoso: “Não vou mais correr, vou ficar parado com você”. A sequência ainda trouxe faixas como “Bonanza”, “Melhor Nem Vir”, “Malcuidado” e “2048”, momento em que Gabriel brincou com o público dizendo que a banda teria shows no ano que dá nome à canção.


A terceira parte começou com uma piada entre os integrantes: o baixista Daniel revelou que muitos já sabiam que Gabriel havia comprado um violão, o que o vocalista confirmou entre risadas falando que o baixista havia estragado sua história. A deixa serviu para introduzir as faixas do novo álbum, "Long Day". Vieram então as inéditas “Last Time” e “Ghosts”. Embora parte do público ainda não conhecesse as músicas novas, muitos já entoavam com entusiasmo. “Eu Avisei”, “Paris” e “Beijo de Filme”, completaram o bloco, terminando assim, mais uma parte do ótimo show que já tinha acontecido até ali.


 O auge da apresentação veio com as clássicas “Bom Par” e “Aonde Quer Chegar”, faixas do álbum “Como Se Comportar”. A energia da plateia atingiu seu pico e se manteve elevada com “Sempre Igual” e “Como Se Comportar”, que encerraram a apresentação até ali. 



 O palco ficou vazio, mas o público queria mais, e teve. Atendendo aos gritos de “mais um!”, o Moptop voltou ao palco para um bis recheado de clássicos. Ironia ou não, a reta final começou com “Adeus”, seguida de “Tempos Depois”, faixa do projeto “5 Bandas de Rock”. A sequência final teve ainda “Tão Certo”, “Moonrock” e “História Pra Contar”, culminando em “O Rock Acabou”, um dos maiores sucessos da banda, cantado a plenos pulmões em uma espécie de rito de encerramento.

 Mais do que um show, a apresentação do Moptop foi um reencontro, dizendo que o indie brasileiro ainda pulsa. A formação original da banda, e única, está muito entrosada e afiada. Combinando emoção, técnica e uma dose de frescor, a banda carioca deixou claro: o retorno traz um novo capítulo para a banda.


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