Na noite de ontem, quinta-feira (17/07), tivemos o prazer de nos encontrarmos com a banda mineira Traste aqui em São Paulo no The Metal Bar, a convite da Reverbera Music Media. Um encontro que mais pareceu uma roda de amigos do que um compromisso de imprensa. A recepção calorosa dos integrantes logo na chegada já dava o tom da noite: descontração, histórias de estrada e muita conversa sobre o que realmente importa, a música.
Logo nos primeiros minutos, os músicos compartilharam um pouco da rotina intensa dos últimos dias. Tinham tocado na noite anterior em Juiz de Fora (MG) e mal descansaram. Pegaram a estrada cedo rumo a São Paulo, enfrentando cerca de oito horas de viagem direto do interior de Minas até a capital paulista. Cansados, mas com os olhos acesos de quem vive o que ama.
Durante o encontro, recebemos um presente especial da banda, um presskit exclusivo que inclui uma ecobag estampada com a arte do novo álbum e um adesivo. Um gesto que revela o cuidado da banda com sua identidade visual e o carinho com quem acompanha o trabalho.
Entre piadas e histórias de bastidores, nos contaram sobre o processo de gravação do novo disco, Rastros, Resquícios y Otras Cositas Mas, que foi lançado oficialmente hoje, 18 de julho, com todas as faixas já disponíveis nas plataformas de streaming. O instrumental foi registrado todo de uma vez, numa sessão crua e direta, como pede o hardcore de raiz. Os vocais vieram depois, e a masterização final ficou nas mãos de Chris Hanzsek, nos Estados Unidos. O mesmo que já trabalhou com nomes lendários do underground norte-americano.
O resultado é um álbum sujo, ruidoso e brutal, e isso é tudo que se espera de um trabalho do Traste. Com 13 faixas que vão do grindcore ao stoner, do punk ao caos calculado, o disco carrega críticas afiadas, energia bruta e uma estética de ferrugem e resistência. Durante a audição, ficou clara a intenção da banda: entregar uma pancada sonora que provoque, grite e incomode. E conseguem.
Faixas como Sete Palmos e Meio e Tudo é Marketing são retratos perfeitos desse espírito. A primeira, que abre o disco, é um ataque frenético com um refrão que virou quase um mantra na conversa: "Persistir enquanto posso. Desistir, jamais!". Já a segunda escancara o esvaziamento da cultura e o poder corrosivo das aparências com um sarcasmo necessário nos tempos atuais.
No local, também estava disponível outros itens do merch da banda
Durante
a noite, também aproveitei para fazer algumas perguntas rápidas aos
integrantes. Falamos sobre o processo de composição, referências
que vão além da música, como influências do cinema, da literatura
e da arte em geral e até sobre o que eles costumam ouvir fora do
universo do hardcore.
Confira um pouco como foi esse bate papo:
- Gente, queria começar perguntando para vocês desse novo álbum, como que foi o processo de composição, tem alguém que puxa o bonde, é mais em conjunto, me contem.
R – Guina: Ah, em conjunto. O resultado final é muito dos 3 tocando juntos, né? Normalmente alguém aparece com o Riff e a gente começa a passar no estúdio e vai desenvolvendo dali.
- E vocês, como são caras da arte no geral, tem alguma coisa fora da música que puxa um pouco vocês pra essas construções? Por exemplo, literatura, filmes, quadrinhos...
R – Fil: Quadrinho não. São mais as vivências mesmo, né? As experiências.
R
– Victor: Ah, eu escuto tudo! Rihanna até Cannibal Corpse (Risadas), eu não sei fazer outra coisa a não ser rock, mas eu
curto, música é música.
R – Guina: Outra coisa que aparece nesse álbum que é legal, que eu curto escutar é Jazz. Duas músicas desse álbum a gente chamou um amigo nosso que toca sax, a gente inseriu um instrumento, um elemento que nunca tinha aparecido no nosso som e eu acho que de alguma forma indireta tem a ver com as coisas fora do rock, coisas que não estão tão dentro do tipo de som que a gente faz mas que de alguma forma contamina.
Confira um pouco como foi esse bate papo:
- Gente, queria começar perguntando para vocês desse novo álbum, como que foi o processo de composição, tem alguém que puxa o bonde, é mais em conjunto, me contem.
R – Guina: Ah, em conjunto. O resultado final é muito dos 3 tocando juntos, né? Normalmente alguém aparece com o Riff e a gente começa a passar no estúdio e vai desenvolvendo dali.
- E vocês, como são caras da arte no geral, tem alguma coisa fora da música que puxa um pouco vocês pra essas construções? Por exemplo, literatura, filmes, quadrinhos...
R – Fil: Quadrinho não. São mais as vivências mesmo, né? As experiências.
-
Vi vocês falando também das bandas que curtiram antigamente e
queria saber se tem alguma coisa fora do que vocês tocam, alguma
coisa mais pop, alguma outra vertente de música que puxa vocês.
Alguma coisa que vocês não contam para ninguém, algo mais
particular (risadas)
R – Guina: Outra coisa que aparece nesse álbum que é legal, que eu curto escutar é Jazz. Duas músicas desse álbum a gente chamou um amigo nosso que toca sax, a gente inseriu um instrumento, um elemento que nunca tinha aparecido no nosso som e eu acho que de alguma forma indireta tem a ver com as coisas fora do rock, coisas que não estão tão dentro do tipo de som que a gente faz mas que de alguma forma contamina.
Com
quase 15 anos de estrada, o Traste segue firme com sua formação
atual: Guina
(Guilherme Melich) no vocal e guitarra, Fil
(Felipe Spinelli) na bateria e Victor
Polato
no baixo e vocais. A banda, que surgiu em Juiz de Fora em 2013, já
passou por diversas fases e palcos, sempre com a mesma proposta:
manter a essência crua, contestadora e visualmente forte, com capas
e videoclipes produzidos pelos próprios integrantes.
A noite terminou como começou: com risadas, abraços e a certeza de que a Traste é dessas bandas que fazem muito mais do que música, eles vivem uma postura. No underground nacional, isso vale ouro. Ou melhor, vale o sangue e o suor derramado.
Álbum: Rastros, Resquícios y Otras Cositas Mas
Selo: Psywar Records
Tracklist:
1
- Sete Palmos e Meio
2 - Cabeça de Papel
3 - Pietá
4 - Canto ao Câncer
5 - Estelar
6 - Velhos Quintais
7 - Tudo é Marketing
8 - Raspa de Cipó
9 - M&M’s
10 - Brasília do Pedrocks
11 - Dois Gumes
12 - Pseudo crentes
13 - The devil (made me do it)
Produção e gravação: Tierez Oliveira na Rise Together Studio (Juiz de Fora, MG)
Mixagem: Tierez Oliveira
Masterização: Chris Hanzsek, no Hanzsek Audio (EUA)
Arte da Capa: Guilherme Melich
Fotografia: Clarice Carneiro
Formação:
Guilherme Melich (Guina) – voz e guitarra
Victor Polato – baixo e voz
Felipe Spinelli (Fil) – Bateria
2 - Cabeça de Papel
3 - Pietá
4 - Canto ao Câncer
5 - Estelar
6 - Velhos Quintais
7 - Tudo é Marketing
8 - Raspa de Cipó
9 - M&M’s
10 - Brasília do Pedrocks
11 - Dois Gumes
12 - Pseudo crentes
13 - The devil (made me do it)
Produção e gravação: Tierez Oliveira na Rise Together Studio (Juiz de Fora, MG)
Mixagem: Tierez Oliveira
Masterização: Chris Hanzsek, no Hanzsek Audio (EUA)
Arte da Capa: Guilherme Melich
Fotografia: Clarice Carneiro
Formação:
Guilherme Melich (Guina) – voz e guitarra
Victor Polato – baixo e voz
Felipe Spinelli (Fil) – Bateria





