Polifonia - Emo vive traz nostalgia e energiza cenário durante edição em São Paulo


Texto e fotos: Caio Martins

No dia 07 de junho, tivemos o terceiro dia do festival Polifonia - Emo Vive, marcando o início da aguardada etapa paulista do evento, realizada na casa de shows Áudio, em São Paulo. Esse foi o primeiro dos dois dias dedicados à cidade, e desde o começo já demonstrava a força da cena e a conexão intensa entre bandas, público e a proposta do projeto.

A abertura da noite ficou por conta da banda BoaSorte, que foi escalada para representar a nova geração do emo nacional. O grupo ocupou com propriedade o espaço destinado às bandas emergentes que dialogam diretamente com a estética e a sensibilidade do Polifonia. Com um som envolvente e belos vocais de Ingrid Rocha, a banda acomodou muito bem o público que chegava e se espalhava pela Áudio. 

O show seguinte da noite ficou por conta da banda Hateen, que realizou uma apresentação exclusiva na capital paulista. Neste primeiro dia, a banda optou por tocar um set inteiramente em inglês, resgatando faixas do início da carreira. Essa escolha trouxe uma atmosfera nostálgica, especialmente para os fãs mais antigos, que acompanharam a trajetória do grupo desde seus primeiros passos na cena alternativa.

Neste momento do festival, o público já era visivelmente maior, porém a empolgação parecia não acompanhar na mesma medida, fazendo com que o vocalista Rodrigo Koala interagisse diversas vezes, pedindo para a galera se animar mais.


Hateen é uma banda muito querida pelo público emo, entretanto, o repertório em inglês, que representou parte de um início de carreira distante da banda, fez com que a recepção não fosse tão calorosa como no segundo dia com o set em português. 

Iniciando com grande estilo as participações internacionais, a banda norte-americana MAE subiu ao palco e conquistou rapidamente o público presente, fazendo o vocalista Dave Elkins soltar sorrisos de satisfação ao ver os fãs cantando em uníssono a emblemática 'Someone Else’s Arms'.

O show foi uma verdadeira celebração do álbum The Everglow, apresentado na íntegra — incluindo o prólogo e o epílogo, com a atmosfera nostálgica sendo intensificada pela performance de sucessos marcantes como 'Suspension' e 'We’re So Far Away'.



Em seguida, a banda Emery subiu ao palco com um som poderoso e empolgante desde os primeiros acordes, fazendo com que os primeiros focos de mosh pits surgissem rapidamente entre os fãs mais animados.

Canções como 'So Cold I Could See My Breath', 'Playing with Fire' e 'The Party Song' compuseram um setlist pulsante e cheio de energia, algo amplificado quando o baixista Devin Shelton arriscou algumas palavras em português falando sobre o aniversário de 20 anos do álbum "The Question", levantando a galera e deixando conexão entre a banda e o público ainda mais forte.


Para fechar o show com chave de ouro, tivemos uma surpresa em 'Walls', com a participação especial do Tavares. Sua presença trouxe uma energia extra e deu início ao maior Mosh Pit da noite.



Encerrando as atrações internacionais, o Anberlin não deixou a energia do público cair, tocando na íntegra o álbum "Never Take Friendship Personal", com 'Paperthin Hymn', '(The Symphony of) Blase' e A 'Feel Good Drag'.




Sendo intenso, o vocalista Matty Mullins não parava em um só canto do palco, além do baixista Deon Rexroat e o guitarrista Christian McAlhaney, fazendo performances que levantavam o público e mantiveram o show enérgico desde a execução do álbum citado anteriormente até quando tocaram sucessos como 'The Resistance', 'High Stakes' e 'Godspeed'.




Para o fechamento de gala da noite, a banda Fresno preparou 13 músicas dos 3 primeiros álbuns: "Quarto dos Livros", "O Rio, a Cidade e a Árvore" e "Ciano". As músicas do velho testamento, como o próprio vocalista Lucas Silveira se referiu ao setlist, foram entoadas em coro pelo público, que mostrou uma energia contagiante e não deixou de cantar nem por um instante. Muitas das músicas não eram tocadas pela banda há muito tempo.


Outro fato interessante da produção do show é que as luzes do palco eram cuidadosamente sincronizadas com a estética de cada fase da banda, um recurso visual não apenas enriqueceu a experiência sensorial do público, mas também contribuiu para a criação de um ambiente nostálgico instalado pela banda gaúcha, tornando o espetáculo ainda mais imersivo e memorável.

Apesar de cada música apresentada carregar sua própria carga emocional e significado especial para os fãs, a sequência de 'Onde está', 'Evaporar' e 'Duas Lágrimas' fez todo o público se emocionar.

Por reunir tantas bandas marcantes dos anos 2000 e 2010, com ícones do cenário emo que estavam há muito tempo sem se apresentar no Brasil — ou que nunca haviam tocado por aqui —, o festival Polifonia - Emo Vive tornou-se um evento memorável tanto para os fãs quanto para os próprios artistas. Mais do que um simples reencontro com a nostalgia, o festival provou que há espaço para festivais de médio porte, realizados fora dos grandes estádios e mega arenas e, principalmente, que o Emo Vive!

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