Hurricanes
Domingo e último dia do festival contou apenas com 3 atrações no seu lineup. Um dos pontos fortes do festival, diga-se de passagem, é a presença de bandas nacionais. Dessa vez, como em todas as outras, eles não deixaram a desejar.
A primeira atração do dia, para abrir os trabalhos foi a banda Hurricanes. Uma banda de rock nacional formada em 2016 na cidade Santa Maria, Rio Grande do Sul. A banda tem dois álbuns lançados e no show mesclou músicas de ambos. A banda tem uma influência forte de sons dos anos 70, uma mistura de Led Zeppelin com The Black Crowes, mesclando o bom e velho rock com pegadas de blues. Inclusive a banda abriu o show do Black Crowes em 2023.
O visual da banda, assim como o som não deixou a desejar. Com botas e calças boca de sino, o visual combina diretamente com a proposta da banda de apresentar um som ao estilo anos 70.
O destaque vai para as faixas Waiting e The Bird's gone, presentes no primeiro álbum da banda e come to the river, do segundo álbum. As músicas trazem uma atmosfera incrível e remetem muito aos anos 70, fazendo alusão às bandas que os influenciaram. Para fechar a apresentação, a banda tocou uma ótima versão de “With a Little Help From my Friends” dos garotos de Liverpool, Beatles.
Apesar de não ser tão conhecida pelo público presente, a banda conseguiu animar boa parte do Ibirapuera que ainda não estava cheio. A banda apresentou um bom show, animado, entrosado e direto.
A banda é formada pelos músicos Rodrigo Cezimbra (vocal) Leo Mayer (guitarra) Henrique Cezarino (baixo) Guilherme Moraes (bateria) e contou com o apoio dos músicos Jimmy Pappon (Teclados) e Lucille Berce e Julia Benford (Backing vocals).
Setlist:
1 – Penny in my procket
2 – Over the moon
3 – Waiting
4 – Come to the river
5 – Weary hearted Blues
6 – Through the lights
7 – Flowers
8 – Devil´s Deal
9 – Thunder in the storm
10 – The bird´s Gone
11 – With A little help from my friends (Beatles Cover)
Judith Hill
A segunda apresentação do dia ficou a cargo de Judith Hill. A cantora tem uma boa carreira musical e ótimas participações em álbuns, shows e turnês de grandes artistas renomados. Mas talvez ela tenha ficado mais conhecida e começado a ganhar mais visibilidade após cantar no velório de ninguém menos que Michael Jackson.
A artista estava escalada para ser Backing vocal de Michael na turnê This Is It, que infelizmente não aconteceu pelo falecimento do Rei do Pop. Porém, após a divulgação de vídeos de ensaios da turnê com Judith cantando ao lado de Michael, a cantora foi escalada pela família de Michael para cantar em seu velório.
Após
isso, Judith foi convidada por diversos artistas renomados para
participar de seus shows, fora as trilhas de cinema que cantou
também. O primeiro trabalho autoral da cantora foi em 2012 para o
filme Red Hook Summer (Verão em Red Hook) do diretor Spike Lee. A
cantora foi responsável pela composição das 10 faixas presentes no
filme.
Seu segundo trabalho autoral foi lançado em 2015. E para a "sorte" de muitos, inclusive da cantora, o álbum contou com participação direta de Prince, que não foi somente foi produtor do álbum, mas também foi co-arranjador e gravou maioria das guitarras, contrabaixos, baterias e vocais de apoio. Após isso, a cantora lançou mais 3 álbuns, totalizando até agora, 5 álbuns de estúdio.
As músicas de Hill tem forte influência de Soul Music e Funk americano, assim como Jazz e Blues. Ou seja, a artista perfeita para integrar o line do festival.
Esse foi o primeiro show da artista em solo brasileiro. Pelo menos o primeiro show apresentando o seu trabalho. Antes disso ela esteve no Brasil em 2011, fazendo backing vocals no show de Stevie Wonder.
E para o primeiro show, Judith deixou todos impressionados com o seu talento. Ela tem uma voz incrível e não deixou a desejar nenhum segundo sequer. A artista fez um show totalmente seguro. Ela parecia estar se divertindo e estava relaxada, como alguém que estava cantando no quintal de casa.
Outro ponto que não podemos deixar de citar, é o fato do baixista Pee Wee Hill, e a tecladista Michiko Hill serem os pais da cantora. Ficou nítido que o talento dela é de família e veio do berço.
Judith fez um show incrível e com certeza voltará mais vezes. Além de ter uma voz maravilhosa como já citamos, ela também é uma ótima pianista e guitarrista.
Setlist da cantora de acordo com Setlist Fm:
1 - I Can Only Love You by Fire
2 - Gypsy Lover
3 - Runaway Train
4 - Burn It All
5 - Give Your Love to Someone Else
6 - Dame De La Lumière
7 - Flame
8 - You Got It Kid
9 - Cry, Cry, Cry
Deep Purple
O relógio bateu 20:20 e finalmente era hora de uma das maiores bandas de todos os tempos subir ao palco. Deep Purple. Sendo o último show do dia e o último show do festival, a banda fez aquilo que já esperávamos que fizessem, enlouquecer um público num domingo à noite, dia que eventualmente estamos dentro de casa e tristes por estar acabando o final de semana.
Já podemos nos considerar sortudos. Em 3 anos tivemos 3 shows do Deep Purple. Quem diria que iríamos ver mais eles que estão na casa do 70, quase 80 anos do que bandas que tem a metade da idade e vem ao Brasia cada 1010 anos.
As luzes se apagaram e quando o nome do Deep Purple apareceu no telão, sabíamos que tinha chegado a hora. Com uma linha de baixo inconfundível e batidas irreconhecíveis na bateria, “Highway Star” entrou em cena para a loucura de todos. Sabemos que Gillan não é o mesmo de anos atrás, mas só um verdadeiro gênio da voz para encarar abrir um show com a fantástica e eletrizante “Highway Star”. Mesmo não sendo o mesmo, os vocais do mestre permanecem brilhantes e claros, ainda impressionantes para alguém prestes a completar 80 anos.
Grande parte do set apresentado pela banda vem do álbum mais recente. Algo que agradou mais do que os próprios músicos esperavam, como o próprio Paice disse na coletiva de imprensa. O set tem solos obrigatórios, porém com um toque especial de Simon, colocando sua própria característica nas músicas.
Don nos dá o ar da graça com seu incrível talento nos teclados. O inconfundível som de órgão dá entrada a "Lazy", um dos clássicos que se tornou atemporal. Quando "When a Blind Man Cries" começa a tocar, é inegável a emoção do público. Talvez uma das baladas mais lindas e emotivas já escritas. Mais uma performance vocal esplêndida de Gillan. Claro que é impossível também não lembrar das performances inalcançáveis de Blackmore nesse som, mas Mcbride cumpre seu papel e nos traz emoção com seu estilo próprio.
Logo em seguida, não posso deixar de citar que foi a vez da minha música preferida do DP. Anya. Música que minha mãe me apresentou e me fez virar fã da banda.
O álbum Machine Head volta à tona quando somos agraciados com “Space Trucking”, que carrega uma mistura estrondosa de Paice na bateria, com Glover no baixo quebrando tudo.
Claro que não poderia faltar, foi hora da música que todos conhecem, mas talvez nem todos apreciem tanto assim. Aquela música que todo homem e seu cachorro já ouviram, mas que todo dono de loja de guitarra odeia. Smoke On the Water, que faz qualquer um se animar e cantar.
A banda retornou para o bis e finalizou a noite tocando Hush e Black night, deixando o público extremamente satisfeito e já esperando a próxima vez que a banda irá desembarcar por aqui.
O Deep Purple mostrou mais uma vez que sempre será um dos maiores do rock de todos os tempos. Apesar do tempo e das mudanças, eles merecem estar no pódio por tudo que fizeram e ainda bem fazendo.
Setlist:
1 - Highway Star
2 - A Bit on the Side
3 - Hard Lovin’ Man
4 - Into the Fire
5 - Solo de guitarra
6 - Uncommon Man
7 - Lazy Sod
8 - Solo de teclado
9 - Lazy
10 - When a Blind Man Cries
11 - Anya
12 - Solo de teclado
13 - Bleeding Obvious
14 - Space Truckin’
15 - Smoke on the Water
16 - Green Onions (cover de Booker T. & the MG’s)
17 - Hush (cover de Joe South)
18 - Black Night