Marcão Britto e Thiago Castanho – Charlie Brown Jr.
O tributo ao Charlie Brown Jr. subiu ao palco pontualmente as 16:00, comandado pelos membros originais Marcão Britto e Thiago Castanho nas guitarras, acompanhados dos músicos André Pinguim Ruas, Bruno Graveto, ambos nas Baterias e Rafael Carleto na voz e Denys Mascote Rodrigues no baixo.
O Ibirapuera ainda estava vazio nesse momento. A maioria da galera que estava lá nesse horário, estava aglomerada perto da grade que separava o público do palco. Muitos já guardando lugar para a principal atração da noite. Mesmo assim, os poucos presentes não deixaram de cantar. Para todo lado que olhávamos, era possível ver pelo menos duas ou 3 bocas se mexendo e cantando as músicas juntamente com a banda.
Talvez pelo dia contar com outros nomes mais pesados da cena, a galera que comprou o ingresso não tenha pensado em assistir especificamente eles, caso contrário sabemos que o Ibirapuera estaria fervendo para ouvir as músicas que marcaram tantas gerações no Brasil nos anos 2000.
Uma das coisas que mais chamou a atenção no show foi a presença dos dois bateristas André Pinguim Ruas e Bruno Graveto, tocando todas as músicas juntos em suas baterias. Algo que provavelmente foi muito bem ensaiado para que ninguém se perdesse.
Thiago aproveitou para deixar a guitarra um pouco de lado e se aventurar cantando as músicas 'Céu Azul' e 'Só os Loucos Sabem'. Marcão também aproveitou a deixa e assumiu os vocais em 'Como Tudo Deve ser', 'Só Por uma Noite' e um pedaço de 'Tamo aí na 'Atividade'.
O show em si foi animado, mas o público totalmente morno. Ainda assim, foi bom reviver a nostalgia que algumas músicas provocam.
A banda já soma 12 anos sem o seu principal frontman, Chorão. Que carregava e energizava as multidões por onde passava, como outros músicos renomados já mencionaram. Mas mesmo sem a mesma energia que a banda transmitia com Chorão, é notável que o legado deixado por ele permanece vivo através de seus parceiros de banda.
Setlist:
1 - Papo Reto
2 - Tudo que ela gosta de escutar
3 - Me encontra
4 - Pontes indestrutíveis
5 - Céu azul (Thiago no vocal)
6 - Hoje eu acordei feliz
7 - Lutar pelo que é meu
8 - Te levar
9 - Zoio de lula
10 - Como tudo deve ser (Marcão no vocal)
11 - Só por uma noite (Marcão no vocal)
12 - So far away
13 - Tamo aí na atividade (Rafael e Marcão no vocal)
14 - Só os loucos sabem (Thiago no vocal)
15 - Proibida pra mim
Larissa
Liveir
A
segunda atração do dia ficou por conta de Larissa Liveir,
guitarrista que ficou conhecida por fazer covers de grandes clássicos
na internet, apresentando ótimas performances e dando seu próprio
feeling para as músicas. Curiosamente, apesar de tantos seguidores e
anos na internet, esse foi o primeiro grande show de Larissa para um
público desse porte e um festival desse tamanho.
Larissa,
acompanhada dos músicos Eduardo
César Gonçalves Megale (guitarra base), Marco Aurélio Ramos Coelho
(baixista), Hugo Bizotto (tecladista); Carlos Eduardo Marotta
Capanema (vocalista) e Lina Linassi (baterista), começaram
a noite com a introdução de Thunderstruck. Antes mesmo da música
terminar sua introdução icônica, a banda já emendou em um dos
clássicos mais pesados da história, Raining Blood (apenas
instrumental) Após boa parte da música tocada, a banda emendou em
Sad But True, do Metallica, também instrumental e que ficou
extremamente pesado e delicioso de ouvir com aquelas enormes caixas
de som que nos entregaram um som maravilhoso.
O show seguiu com muitas músicas icônicas. Algumas cantadas pelo vocalista Carlos Eduardo, mas a grande maioria sendo apenas instrumental.
Larissa entregou uma performance incrível e matadora. Apesar de parecer tímida e um pouco intimidada nas vezes em que pegou o microfone para interagir com o público, quando ela estava tocando era como se aquele fosse o reino dela, dominando e entregando tudo!
O show sem dúvidas atingiu seu ápice na hora de The trooper, cover do Iron Maiden. A galera já estava pegando fogo quando Nita Strauss (Alice Cooper) subiu no palco para performar ao lado de Larissa. Era o que faltava para explodir tudo. As duas entregaram uma parceria digna de tirar o fôlego.
Depois disso, Larissa tocou outros grandes clássicos e encerrou seu show deixando claro que já estava mais do que na hora de uma apresentação desse tamanho.
Setlist:
1 - Thunderstruck (AC/DC cover)
2 - Raining Blood (Slayer Cover)
3 - Sad But True (Metallica cover)
4 - Whole Lotta Love (Led Zeppelin cover)
5 - Johnny B. Goode (Chuck Berry cover)
6 - Since I've Been Loving You (Led Zeppelin cover)
7 - Still Loving You (Scorpions cover)
8 - Comfortably Numb (Pink Floyd cover)
9 - The Trooper (Iron Maiden cover) (Part. Nita Strauss)
10 - Stairway to Heaven (Led Zeppelin cover)
11 - Iron Man (Black Sabbath cover)
12 - Surfin' USA (The Beach Boys cover)
13 - You Really Got Me (The Kinks cover)
14 - Crazy Train (Ozzy Osbourne cover)
Black Pantera
A penúltima atração da noite subiu ao palco as 19:00. Era a vez do Black Pantera. A banda de Minas Gerais que vem ganhando um espaço imenso na cena de Metal do Brasil e um bom reconhecimento mundo afora. Não é à toa que irão tocar no Hellfest Le Off by Leclerc Clisson, um grande festival de rock que vai acontecer em Clisson, Pays de la Loire, na França. Eles também têm sido considerados os detentores do título de melhor banda BR de metal da atualidade por outros veículos e pelo público.
A banda formada pelos irmãos Chaene da Gama e Charles Gama e o baterista Rodrigo Pancho, começou o show com 'Candeia' arrancando muitos gritos de uma plateia que já ocupava a maior parte do Ibirapuera.
O show começou como um "fade in", entrando aos poucos até a banda começar a quebrar tudo. O entrosamento no palco é inegável e totalmente satisfatório de presenciar. As músicas, fora as mensagens importantíssimas que transmitem, traz algo que todo fã de metal que se presa, ama. Muito Peso!
Focando mais nos dois últimos álbuns lançados pela banda, músicas já bem conhecidas pelos fãs. A banda aproveitou também para lançar sua nova música, 'Unfuck This', que foi disponibilizada nas plataformas digitais no dia anterior, sexta-feira 13.
Entre as 14 músicas tocadas, muitas chamam a atenção, é o caso de 'Só as mina', que nos proporcionou uma roda feita só de mulheres no meio da plateia.
Para os presentes que já tinham visto a banda antes e são fãs, foi mais um show matador da banda. Para aqueles que não conheciam ou não tinham visto ao vivo ainda, com certeza serviu para angariar novos fãs.
Setlist:
1 - Candeia
2 - Provérbios
3 - Padrão é o car#lho
4 - Mosha
5 - Seleção Natural
6 - Perpétuo
7 - Fogo nos racistas
8 - Tradução
9 - F#deu
10 - Só as mina
11 - Unfuck this
12 - Dreadpool
13 - Revolução é o caos
14 - Boto pra f#der
Alice Cooper
Encerrando a noite de sábado, finalmente era hora do Alice Cooper. Para a alegria e êxtase de todos que estavam presentes e com um Ibirapuera lotado e ansioso, a banda que atualmente conta com Nita Strauss, Ryan Roxie e Tommy Henriksen nas guitarras e Glen Sobel e Chuck Garric na bateria e no baixo respectivamente e o próprio Alice Cooper, subiu ao palco para apresentar um dos maiores espetáculos já visto por um público de rock.
Atualmente com a turnê "Too close for comfort", a banda começou seu show pontualmente as 20:30. Alice entrou com tudo, rasgando uma cortina em forma de jornal que trazia a notícia de que o próprio estava sendo julgado por crimes contra a humanidade. Welcome to the show juntamente com um trecho de Lock me up abriu o show. Logo em seguida No more Mr. Nice guy foi tocada para a loucura da plateia. O show seguiu com a clássica I'm eighteen que manteve a plateia lá em cima, totalmente animada.
Como já era de se esperar, o show foi um espetáculo e tanto, totalmente teatral e com movimentos ensaiados e detalhados. Pelo menos entre Alice e os outros personagens que participam do show. Já o resto da banda, parece mais solta e livre para escolher a maioria dos seus movimentos.
Para algumas poucas pessoas, como meu pai, por exemplo, um show teatral não é o mais ideal, mas com certeza ele pensaria diferente se estivesse lá presente assistindo a banda ao meu lado. Pois por mais incrível e divertido que seja presenciar os atos teatrais, o mais incrível vai ser sempre a música apresentada pelos músicos.
Vincent (Alice Cooper) mesmo com seus 77 anos, não deixa a desejar nenhum um minuto. Não economiza nos movimentos e na performance, muito menos no visual.
O furacão Nita Strauss nem se fala. O ser humano que não fica impressionado e totalmente boquiaberto e energizado ao ver essa mulher no palco, com certeza precisa conhecê-la melhor. Mesmo um pouquinho mais tímida ou contida do que dá última vez que estiveram no Brasil em 2017, ela é uma parte vital nessa banda. É impressionante ver a energia inacabável que ela tem no palco. Não é à toa que o próprio Alice a apresentou como "sua majestade".
O show contou com ótimas músicas e bons clássicos sendo tocados. Claro que para aqueles fãs de hits, algumas faltaram no set. Mas foi um set bem escolhido, pronto para agradar a todos.
O destaque com certeza vai para 'Hey Stoopid', 'Poison' e 'School's Out' (com um pequeno trecho de 'Another Brick in the Wall'). As 3 talvez tenham sido as que mais fizeram a galera pirar, inclusive eu.
'Feed
my Frankstein' encerrou o show e no momento que o último acorde foi tocado, sabíamos que o Ibirapuera talvez tenha
presenciado o maior espetáculo de todas as edições do Best Of
Blues and Rock até hoje.
Setlist:
1 - Lock Me Up (trecho)
2 - Welcome to the Show
3 - No More Mr. Nice Guy
4 - I’m Eighteen
5 - Under My Wheels
6 - Bed of Nails
7 - Billion Dollar Babies
8 - Snakebite
9 - Be My Lover
10 - Lost in America
11 - He’s Back (The Man Behind the Mask)
12 - Hey Stoopid
13 - Solo de bateria de Glen Sobel
14 - Welcome to My Nightmare
15 - Cold Ethyl
16 - Go to Hell
17 - Poison
18 - Solo de guitarra de Nita Strauss
19 - Black Widow Jam (só a banda)
20 - Ballad of Dwight Fry
21 - Killer (só a banda)
22 - I Love the Dead
23 - School’s Out
24 - Feed My Frankenstein