A Crônica Francesa é tipicamente Wes Anderson, e é hilário

 


Wes Anderson é um daqueles diretores que reconhecemos logo de cara pelo seu estilo cinematográfico. Munido de uma incrível direção de arte, um elenco de peso e movimentação de câmera muito caract
erística, A Crônica Francesa é uma homenagem ao jornalismo literário. Depois de um dono de uma revista falecer, seus editores tem a missão de publicar uma última edição escolhendo as melhores crônicas para a edição final.

A três histórias selecionadas são a crônica sobre um artista que atingiu a fama após ser preso por duplo homicídio, um protesto estudantil que se transformou em uma revolução e o perfil de um chef de cozinha que salvou o filho do comissário de polícia de um sequestro. Tudo isso, na cidade fictícia de Ennui, na França. Saindo dos padrões Hollywoodianos de roteiro, cada um dos três atos do filme é reservado para cada história com começo, meio e fim.

Logo, o filme conta com diversas narrativas ao melhor estilo de Anderson. Letreiros que marcam início e fim de cada história, muito humor sarcástico e os famoso travellings laterais do diretor. Além disso, o longa se divide entre sequencias em cores e em preto e branco, e até no formato de tela que em sua grande parte é de 4:3. Tudo isso variando de acordo com as linhas narrativas que situam o espectador dentro de um roteiro não muito linear.

Seu elenco conta com Benicio Del Toro, Adrien Brody, Tilda Swinton, Léa Seydoux, Frances McDormand, Timothée Chalamet, Owen Wilson, Christoph Waltz, Saoirse Ronan, Elisabeth Moss, entre outros, em papéis de breve aparições especiais. E levando em conta direção de arte, figurino e fotografia, é bem provável que A Crônica Francesa seja um candidato ao Oscar como outros filme da carreira de Anderson.

Desde seus minutos iniciais o filme deixa claro que é uma comédia de si mesmo. Personagens exagerados, falastrões e um timing para piadas que só Wes Anderson é capaz de reproduzir. O longa pode ser visto como um “mais do mesmo”, mas que, no caso do diretor americano, é bom. É também comum dizer que a cada novo filme, Wes Anderson fica mais “Andersoniano” no sentido mais positivo possível da palavra.

Ao ir ver um filme do diretor, sabemos o que vamos ver, sem saber, ao mesmo tempo, o que veremos. O longa que também foi escrito e produzido por ele, não hesita em mergulhar em uma ambientação cartunesca com muito humor físico, tanto que conta com uma sequencia de animação. A Crônica Francesa não tem vergonha de ser uma comédia pastelona inteligente, e se assume como uma obra informal hilária com todos os elementos que fazem de Wes Anderson, o Wes Anderson que conhecemos e adoramos.

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