ENTREVISTA EXCLUSIVA: Zimbra fala sobre como se mantiveram em meio a pandemia, o que podemos esperar da volta aos palcos e muito mais!!


Em Dezembro a Agência Pindorama retomará sua produção de shows em São Paulo, com alguns eventos que acontecerão nos primeiros finais de semana em capacidade reduzida, com mesas, higienização e afins. Mais sobre pode ser lido Aqui

SE PREFERIR, OUÇA AS RESPOSTAS NO FINAL DA MATÉRIA. 

O primeiro deles é da Zimbra, que já conta com ingressos esgotados para o dia 5, mas também terá data-extra menos de uma semana depois. E entrevistamos o Bola, que respondeu em nome da banda, sobre essa retomada de shows, como a banda sobreviveu em meio a pandemia, o que esperar do show e MUITO MAIS!!

A entrevista pode ser lida abaixo ou se preferir, as respostas podem ser ouvidas em sua íntegra, no final da matéria.

GDL: Primeiramente, obrigado topar conversar conosco e falar sobre essa retomada de shows que está gradulamente começando a acontecer. Fico muito feliz em receber vocês por aqui e buscar ampliar também a divulgação desta agenda para outras pessoas.

GDL: Num contexto geral, muitos artistas não tocam desde Dezembro/19, outros ainda tocaram para o público até começo de Março, quando tudo começou a acontecer e diversos shows passaram a ser adiados/cancelados. O quanto isso impactou na época com a agenda de vocês? Teve algum show que já estava marcado e teve de ser adiado ou simplesmente cancelado sem perspectiva de ter outra data com a mesma produtora/local?

 - O impacto foi enorme, não somente na agenda, mas em todo contexto profissional da banda. Claro que a agenda foi quem mais sofreu com isso, pois tinhamos um cronograma de shows em andamento, com muitas datas confirmadas e a Zimbra é uma banda que rola um misto entre shows de contratantes e que nós mesmos produzimos em parceria com a Pindorama. Tivemos um show em Janeiro onde fechamos um monte de datas, além de sondagens e tudo teve que ser derrubado, foi um caos quanto a isso pelo Brasil todo, tanto de contratante quantos os rolês organizados por conta própria.

GDL: Alguns meses depois começaram a ter as primeiras livestream de bandas e festas online, algo que reduziu ao longo de 2021, principalmente no quesito de shows. Vocês chegaram a fazer?
(Se Sim) Como foi a recepção do público?

 - A gente fez apenas dois shows de banda completa dentro deste período, com produções e equipamentos de qualidade, sendo a primeira lá pro final do ano passado e outra no primeiro trimestre de 2021.

A recepção do público foi ótima, mesmo tendo demorado um pouco pra realizar a primeira, foi algo que nosso público não estava saturado quanto isso, por conta de ainda não termos feito nada até então. Foi bem legal, mas bem diferente em diversos aspectos, como não acompanhar os comentários em tempo real, ser difícil de tocar num lugar de médio porte, como em Hangar 110, onde já tocamos algumas vezes e estava cheio de gente, mas no lugar delas somente pessoas trabalhos, câmeras e algo muito difícil para transmitir a energia de shows para o online... Ainda assim, acredito que a galera tenha gostado.


GDL: Dentro desses shows e eventos, diversos deles haviam link/QRCode com pix/maneira de ajudar a banda e artistas a se manter, entre outros. Como fizeram para se manter financeiramente e até mesmo mentalmente, num momento onde todos nós estivemos (e ainda estamos) obrigados a tentar ficar em casa o máximo que pudemos, em prol de algo maior (neste caso, ficarmos vivos e sem contágio)?

 - A gente fazer algumas alternativas, uma delas foi o dinheiro das plataformas de streaming, que já era parte do nosso sustento antes da pandemia e ele abaixou um pouco, com a falta de shows/lançamentos por estar todo mundo em casa e a galera também passar a ouvir coisas diferentes do que estava acostumado, então foi bem complicado.

Fizemos algumas lives com QRCode/PIX para ajudar a galera da "graxa", que trabalha no backstage.. Roadies, técnicos de som/luz... Quem faz o baile funcionar. Num geral sobrevivemos do streaming e uma live ou outra, além de um projeto chamado "Viva", que realizamos antes de assinarmos com a gravadora no final do ano e decidir dar uma pausa nisso por algumas questões burocráticas.

O projeto "Viva" foi um clube online para conversar com a galera, gravar versões exclusivas de música nossa, de fazer lives trocando ideia, de postar coisas inéditas num grupo que a gente tinha no facebook. Foi meio que um clube de vantagens de comunicação com o fã, com conteúdo digitial exclusivo.

GDL: A rotina de vocês mudaram bastante neste período?

A nossa rotina mudou muito, vivemos em função da banda, ainda que tocando de 5ª/6ª a domingo, nos outros dias trabalhávamos em outras frentes, como estúdio, gravação, ensaios, marketing, reuniões de lançamentos... Todo o sistema que faz a engrenagem do show do final de semana dar certo, então mudou muito.
   
GDL: O que vocês fizeram durante esse tempo para buscar se manter seguros, mas também buscar manter em dia a nossa sanidade mental, algo que pode ser considerado um desafio diário? Algo como hobby e afins... Teve alguma coisa que vocês descobriram gostar de fazer e antes era inviável ou nem passava pela cabeça? 

- Para segurança, ficar em casa, tanto que demoramos para fazer nosso primeiro show por conta disso, estávamos muito receosos e nos resguardamos o máximo que a gente pode, fazendo o primeiro show em Dezembro e a pandemia tendo começado em Março. 

Foi difícil no começo de procurar a fazer outras coisas, mas acredito que com a melhora e a chegada da vacina, a gente procurou fazer algumas coisas que fluíssem melhor a nossa cabeça.
O Pedro pegou, por exemplo, o hábito de andar de bicicleta (até mesmo participando de algumas competições);
Eu sempre gostei de futebol e apesar de não poder ir ver no estádio, ficava vendo na televisão os programas;
O Guilherme se tornou pai, então com certeza a vida dele mudou completamente nesse período;
O Vitor sempre foi uma pessoa de se exercitar, então voltou a dar as corridinhas dele. 
A gente faz o que pode para dar uma espairecida na cabeça, isso também no período de shows tem que dar uma "fuga" para não ficar "bitolado", pois às vezes se estresa até com excesso de trabalho.

GDL: Estarem isolados e sem uma agenda de shows foi um incentivo a mais para buscar criar outros trabalhos ou acabou dando uma 'travada' na parte criativa?

A gente tentou continuar produzindo, mesmo que a distância, mandando ideias de música e procurando os próximos trabalhos a serem gravados e isso parou um pouco no começo, mas depois tentamos dar um jeito de se tornar viável, com o mínimo de equipamento para gravar um violão e voz, em busca de desenvolver algo cada um da sua casa.

Eu particularmente aprendi um pouco a gravar pelo computador, com placa de áudio e inclusive saiu um EP solo nesse meio tempo, intitulado "Calma, Não Vamos Falar Da Vida", que saiu em Outubro/20 e foi fruto desse estímulo de ficar em casa tentando procurar algo pra fazer, aí me interessei por gravação e acabou saindo esse EP. Mas sempre dá uma travada, no começo foi mais fácil de escrever, com a correria da estrada a gente acaba armazenando muita coisa na cabeça pra fazer depois, mas esse tempo demorava pra chegar, por conta dos compromissos nunca vinha e então escrevi bastante no começo, mas depois de passar o período que achamos ser o máximo que iria durar (3,4 meses), mas dali pra frente foi difícil, começa a faltar material intelectual, a gente para de viver as coisas, os dias começam a ser todos iguais, sem sair pra rua, viver situações diferentes, sempre olhando pro computador ou pro teto, vai acabando a matéria prima da escrita e as ideias morrem. No começo foi de boa, mas depois deu uma travada.

GDL: Falando também sobre essa volta de shows, diversos artistas/bandas/PUBs/casas de shows continuaram funcionando tentando seguir um protocolo sanitário (outras nem tanto). Vocês já chegaram a conseguir fazer outros shows até o momento ou estes serão os primeiros? 

- Esse show em Dezembro dia 5 e data-extra dia 10 são os primeiros eventos que iremos fazer desde que começou a pandemia e mesmo sabendo da quantidade de casas e eventos que estão com a capacidade liberada 100% e algumas cidades, como Santos, terem liberado isso legalmante, com bares por exemplo, a gente ainda prefere seguir com o máximo de cuidado, então liberamos para 25% da capacidade, com mesas, higienização e o máximo que conseguimos seguir com os protolos, mesmo sabendo que legalmente a gente não precisaria, mas queremos ter esse cuidado e voltar dessa forma

GDL: O que acham sobre os locais que mantiveram fazendo eventos sem se preocuparem com as questões sanitárias?

- É bizarro né?! A gente viu tanta coisa nessa pandemia que parecia que estavámos em mundos diferentes, que no começo eu ficava com muita raiva, de verdade, mas fui vendo que eu ficar com raiva infelizmente não fazia diferença nenhuma, sabe? Então eu fui meio que me maltratando nesse tempo todo com o tanto de nervoso que passei com esse tipo de coisa. 
É óbvio que acho totalmente deplorável e egoísta as pessoas não se conterem nem no pico da pandemia em fazer um evento com o mínimo de cuidado, fazendo parecer que não estava acontecendo absolutamente nada e é triste/revolvante isso. Me dava tristeza, medo por conta de isso ajudar a propagação do vírus e evitei bastante ver instagram/stories por conta disso, tava me fazendo muito mal.

GDL: Vocês tiveram convites para fazer algo e chegar a rejeitar? Por qual razão? O que levou a aceitar fazer os shows no Carioca Club (Questões de protocolo sanitários, confiança com a produtora, ansiedade por estar novamente no palco recebendo público....)?

- Tivemos alguns convites que rejeitamos, não foram muitos, mas em períodos que não iriámos fazer, até mesmo de lives. Queriámos ter o mínimo de segurança pra realização da primeira live, então demoramos bastante por conta disso.

Aceitamos fazer esse show no Carioca em primeiro lugar por conta da vacinação no Estado de São Paulo estar avançada, eventos estarem sendo retomados (muitos deles sem protocolos de segurança e com capacidade máxima permitida) e o mercado de eventos estar voltando, em SP por conta da vacinação e precisamos voltar a trabalhar. Já fazem quase dois anos que paramos de tocar, estamos nos virando nos 30 para sobreviver e como foram autorizados os eventos, inclusive com muito menos cuidados do que estamos tendo, a gente achou que tudo bem voltar agora, com um cuidado excessivo até (em comparação com o que vemos por aí, com outros tipos de eventos/shows lotados, sem máscara ou algo tipo de segurança), então optamos por fazer por estar na hora de voltar e em teoria não é um problema, desde que tenhamos cuidado e também por conta do avanço da vacina.

A produtora que vai fazer o evento é quem sempre fez evento com a gente e isso nos tranquiliza mais, por saber da seriedade deles quanto a tudo que está rolando, tendo um pensamento muito alinhado nesse sentido e isso facilitou muito a programação para voltar a tocar.

GDL: Dentro desta sequência de shows já tivemos datas esgotados com extras anunciadas, shows com quase todos os ingressos vendidos e certamente poderemos esperar grandes finais de semana no início de Dezembro. Estão preparando algo especial para o repertório? O que os fãs podem esperar e quais suas expectativas para reencontrá-los?

- Estamos preparando um showzaço, inclusive por ter lançado muita coisa que ainda não foi tocada ao vivo e ter outros lançamentos por vir até o dia do show, então é um show totalmente novo da Zimbra, com novas músicas com a ansiedade de dois anos de espera. 

GDL: Falando nisso, deixe um recado para os fãs, leitores do site que estão sabendo por aqui dos shows que acontecerão em breve e uma mensagem para 2022

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O recado que deixo a todos é um muito obrigado por acompanhar a gente num período bem difícil, não nos abandonarem em todos os projetos que tentamos botar em prática ao longo dessa pandemia e pedir de verdade que ainda continuem se cuidando, toda atenção é pouca e a gente segue na esperança de retomar as coisas normais pra fazer aquele show lotado mais uma vez, que parece até que foi uma alucinação coletiva, de tanto tempo que não acontece. 
Que 2022 será um período de renovação de fato, que mude nosso governo, o presidente que dispensa qualquer tipo de adjetivo, com uma coordenação terrível na pandemia, além de muitas outras coisas óbvias e que em 2022 a gente ter esperança em alguma coisa melhor de fato, depois desses períodos terríveis que a gente viveu.



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