RESENHA: Com ingressos esgotados, Lana Del Rey se apresentou no MITA SP e cantou músicas pedidas pelos fãs; Confira resenha de cada show do primeiro dia de festival


Ontem, dia 3, começou a segunda edição do MITA São Paulo, unindo nomes nacionais e internacionais, com shows rolando de maneira ininterrupta em quase 10h de duração.

Foto: Brunno Kawagoe // MITA

Por volta das 12h, N.I.N.A abriu os trabalhos do palco Deezer, com ela sendo a escolhida pela própria patrocinadora Master do evento, trazendo uma sonoridade que passa principalmente pelo rap, ao longo de seis anos de carreira, um álbum ("Pele", lançado ano passado) e parceria em projetos como o Poesia Acústica, junto a grandes nomes do rap como Xamã e L7nnon.

Foto: Gabriel Siqueira // MITA

Dando sequência aos nomes nacionais, perto das 13h tivemos o show conjunto do duo Avuá com Rodrigo Alarcon, dois grandes novos nomes da MPB e que apresentam em seu trabalho um lirismo que nos permite refletir sobre temas como amor, afeto e outros sentimentos através de suas lindíssimas canções, com uma mistura de ritmos brasileiros/africanos que vão desde algo mais intimista até as sonoridades dançantes, executando show para um público ainda pequeno, mas foi crescendo ao longo do show, acompanhando eles seja cantando, batendo palmas ou dançando enquanto conferiam todo o repertório elaborado para essa data especial.

Enquanto rolava os shows, também conferimos as ativações que estavam rolando no festival, de marcas como Deezer, Heineken, Jack Daniel's, Mike's, além dos stands de comida, merch das bandas e até mesmo tatuagem da Venice Ink. 

Foto: Ariel Martini // MITA

Abrindo as atrações, Jehnny Beth iniciou os trabalhos do palco Centro, o principal do festival, por volta das 13h45, com uma sonoridade forte e que chamou a atenção do público presente, muito por conta também de ser no mesmo palco que a Lana Del Rey, atração principal do festival. 

Com um ótimo alcance vocal, acompanhado de batidas eletrônicas, ela foi também acompanha pelo público, que entregou gritos, palmas e também fazia o que a artista pedia, seja cantar um trecho específico da música, pular no momento certo e etc, com uma simpatia que certamente ganhou um novo leque de fãs brasileiros.

Foto: Gabriel Siqueira // MITA

Depois dela, retornamos para o palco Deezer, com Duda Beat, um dos maiores nomes atuais da música brasileira, se apresentando por volta das 14h30.

Para um público imenso, ainda mais ao considerar que o palco dela não havia pista Premium, nós acabamos vendo de longe mesmo, ela surgiu no palco com um look assinado pelo estilista veterano Reinaldo Lourenço, ela fez um show bem dançante, comentando até sobre ter ficado cansada de cantar e dançar, destacando que nada ali era playback e também, relacionado a isso, falando de se desafiar cada vez mais. 

Foto: Gabriel Siqueira // MITA

Não deixando de agradecer pela presença do público, ela comentou que tinha o sonho de se apresentar no festival, destacando não fazia shows há algum tempo, por conta de estar gravando um novo álbum, mas que abriu exceção para o MITA. 

Entregando para o público um repertório que passa pelos seus dois álbuns lançados, incluindo os hits 'Nem um Pouquinho', 'Bichinho', 'Meu Pisêro' (incluindo versão do álbum "T3 4M0 L4 F0R4 RMX", além de versões de artistas como Tiago Iorc ('Tangerina', com participação de Felipe Veloso), Omulu e Lana Del Rey (trazendo para o público uma versão de 'High by The Beach', gravada por ela em 2019 e que, até agora, negocia para ser lançado oficialmente, agora pedindo novamente em público e criando a #LiberaLana). 

Foto: Ariel Martini // MITA

Perto das 15h45, os canadenses da BADBADNOTGOOD se apresentou no palco Centro, sendo a segunda banda do palco principal, mas que poderia facilmente ser a de abertura, principalmente por conta da sonoridade voltada para o jazz, trazendo momento de calmaria e relaxamento para o público, sendo perfeito até para repor as energias, enquanto rolava um show que se contrapunha a todas as atrações que já haviam se apresentado no primeiro dia. 
Ainda assim, eles se apresentaram para um grande público, muito por conta de ser no mesmo palco da Lana Del Rey, com os fãs mais assíduos não arredando o pé de lá. 

Foto: Brunno Kawagoe // MITA

Penúltima atração do palco Deezer, Djonga se uniu com BK para uma apresentação mais do que especial, com ambos iniciando o show por volta das 16h45. 

No repertório, Djonga apresentou faixas do seu álbum mais recente, intitulado "O Dono do Lugar", apresentando um lirismo que passa por temas como a 
 masculinidade preta, o papel central que as mulheres têm em sua família, além de hits como “Junho de 94”, “Solto” e  “Leal”.

Fazendo parceria com Djonga, tivemos a presença do rapper BK, que tem grande sintonia com Djonga, muito por conta de terem feito trabalhos juntos desde 2017, no disco de estreia de Djonga ou 'O Céu É O Limite', de BK, além de outras parceiras de ambos com nomes como Froid. 

Foto: Gabriel Siqueira // MITA

No geral, eles conseguiram com maestria transmitir toda essa sintonia para o público, seja pela presença de palco ou conexão com os presentes, levando de surpresa até alguns casais hetero/homossexual junto no palco, destacando ser válido toda a forma de amor. Mas não foi somente ele que fez surpresa, a produção também fez, ao cantar parabéns e trazer um bolo para Djonga, aniversariante do dia e que simplesmente jogou o bolo na sua cara, continuando o show logo em seguidas, com rodas do público e geral entoando "fogo nos racistas" em 'Olho de Tigre'. 

Envolvendo e energizando a galera durante 1h de duração, incluindo até mesmo um momento onde o equipamento do DJ "deu pau" e eles cantaram duas faixas no modo acapella e executando um repertório especial para uma data especial, saindo com aplausos e sendo ovacionados, antes do evento ir para a terceira atração internacional do dia. 

Foto: Ariel Martini // MITA

Chegando às 18h, foi a vez de Flume, DJ australiano que entrega para o público ótimos hits, além do show de luzes e diversos efeitos visuais no telão, responsáveis por dar um charme ainda maior ao trabalho e mostrar uma ótima produção para o seu trabalho muito bem executado e que também fez o público presente no palco principal ganhar mais energia e ânimo para o show mais esperado do dia. 

Foto: Brunno Kawagoe // MITA 

Às 19h, Natiruts já estava preparado para encerrar as atividades do palco Deezer.
Depois dela América do Sul, Europa e, mais recentemente, Estados Unidos, eles apresentaram para o público um show repleto de hits que foram criados ao longo de quase 30 anos de carreira.

Incluindo músicas como 'Liberdade pra Dentro da Cabeça', 'Presente Para um Beija-Flor', 'Não Chore Meu Amor', Quero Ser Feliz Também', 'Natiruts Reggae Power', eles apresentaram um show
 bastante enérgico, além de ter a instrumentação mais rica do palco Deezer, com elementos de corda, percussão e até mesmo sopro, refletindo toda essa energia para o público, entoando os hits juntos (merecendo destaque quando cantaram sozinhos o final de 'Liberdade pra Dentro da Cabeça'), dançando, mexendo as mãos, batendo palma e também dando um espetáculo com o show de luzes dos celulares, num momento onde o palco foi apagado e quem iluminou foi a galera, que fez parte do show durante praticamente 1h20.

Foto: Ariel Martini // MITA

Atração principal do primeiro dia e responsável pelo soldout, Lana Del Rey subiu no palco Centro 40min após o horário previsto, para o maior público da noite. A prova disso foi a dificuldade que nós e muitas outras pessoas tiveram para acessar a pista Premium, mesmo que pagando para estar no setor, sofrendo para conseguir chegar até nele, competindo espaço com quem se posicionou na lateral da Premium, na busca de uma vista melhor para a pista comum. 

Fazendo seu segundo show completo desde 2019 (o primeiro havia ocorrido uma semana antes, também no MITA) e o primeiro no Brasil desde 2018. Entre a última vinda dela e esse retorno aos palcos, cinco álbuns foram lançados, com o repertório tendo que unir tanto os hits mais clássicos dela quanto as faixas que ainda não foram tocadas para um grande público. Repetindo o que ocorreu no Rio de Janeiro, ela incluiu no repertório faixas como 'A&W', 'The Grants', 'Flipside' e faixa-título do álbum mais recente, com todas essas sendo tocadas pela primeira vez em São Paulo e pela segunda vez na história. 

Foto: Ariel Martini // MITA

Numa performance de diva do pop, ela iniciou o show com o público já cantando em uníssono as primeiras faixas, com a terceira já rolando um trecho instrumental de 'Bartender', enquanto ela aproveitava para fazer a primeira troca de roupa.
Com belíssimo figurino, itens de palco, imagens no telão de fundo, uma equipe que executa as coreografias com maestria, enquanto Lana alternava entre estar cantando em pé e sentada, tendo pouca performance de movimento por parte dela no palco, mas sendo algo que nem precisava mesmo diante do potente alcance vocal e toda interpretação para as faixas, entregando um teor teatral ao longo das performances, claro que sem esquecer sua identidade e toda atmosfera melancólica. 

Todos esses elementos citados acima se amplificaram com os arranjos emocionais das músicas e ainda mais com a interpretação em libras presente no festival todo e com a reciprocidade entre ela e o público, que cantou cada umas das músicas no volume mais alto possível e dizia o quanto ama a Lana sempre que possível, sentimento que ela retornava tanto em palavras quanto em toda sua performance, visivelmente executada com todo o coração e alma, ou até mesmo no momento que ela foi para a grade da pista Premium, indo abraçar o público que estava por lá há horas, tirando até selfie com alguns (confira trechos do show em nosso TIkTok), compensando todo o tempo de espera e mostrando de fato como um fã deve ser tratado, com a inclusão até de faixas como 'Get Free' e 'Cinnamon Girl' (confira trecho), ambas pedidas pelo público. 

No final, tudo isso acabou com todos os fãs desejando que essa noite continuasse, mesmo que se fosse com o repertório em looping. O repertório do show pode ser conferido abaixo:

Lana Del Rey Setlist MITA Festival São Paulo  2023







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