Crítica do filme Aladdin


Dir: Guy Ritchie


É quase redundante falar, mas, mais uma vez a Disney dá um tiro certeiro. Dessa vez, com a clássica história de Aladdin, o mais recente lançamento em live-action pelas mãos do inglês Guy Ritchie. A animação original lançada em 1992 é repleta de magia, canções que marcaram época, grandes personagens e uma excelente história a ser contada. E com tantos elementos fundamentais seria preciso um grande trabalho para essa adaptação.


O live-action de Aladdin faz total jus à animação e é um deleite para os fãs de 92. Tudo no longa é primoroso. Os atores, as icônicas músicas, o realismo adaptado, fotografia, enfim. Um gigantesco acerto para a Disney. Pouquíssimos elementos foram alterados da história original e essas poucas alterações em nada afetam na qualidade.


É quase um risco dizer que o filme chega a ser mais belo que a animação. Isso porque o longa, em termos de direção de arte e figurino são absolutamente impecáveis causando ao espectador um vislumbre aos olhos, sendo um filme à parte. Desde a música introdutória cantada por um Will Smith que se entrega ao carisma do Gênio, até o final, o filme passa longe de errar no tom ou no ritmo.


Quando o estúdio lançou a versão live-action de A Bela e a Fera, logo perceberam a importância de se preservar cada enquadramento e movimento de câmera da animação e portanto, a fórmula se repete em Aladdin dando um grandioso ar nostálgico para o conto do ladrão que vira príncipe. As músicas fazem qualquer um se arrepiar e apenas uns dois números musicais novos foram acrescentados ao longa sem apresentar qualquer dificuldade de justificar sua presença.


Outro ponto que merece destaque é o ritmo. O filme começa e se desenvolve sem cerimônias ou sequencias desnecessárias. O que causa aquela deliciosa sensação de que o filme possui apenas 5 minutos de duração. Guy Ritchie dominou a obra como poucos cineastas fariam, especialmente se tratando de um live-action de um clássico que é Aladdin. O roteiro ainda garante de tudo um pouco: suspense, drama, comédia, romantismo e lindíssimas lições de vida acompanhado de uma paleta de cores de tirar o fôlego.


O departamento de efeitos visuais também cumpre seu papel. Levando em conta a quantidade de magia presente na história, seria muito fácil o longa cair na armadilha de efeitos visuais precários para cumprir uma demanda imensa de sequencias com computação gráfica. O que felizmente não acontece em Aladdin, onde tudo é muito bem produzido. Principalmente as partes que envolvem os truques do Gênio com seu ritmo frenético de poderes, falas e piadas que garantem ótimas risadas. Nada foi deixado de lado.


Apostar que Aladdin possa estar na próxima temporada de premiações concorrendo à Figurino e Direção de Arte não seria nenhum exagero. O longa já se prova merecedor de pelo menos algumas indicações, inclusive a indicação clara e evidente de que é um filme para ser visto, aproveitado e curtido por todos. Mais uma vez, devemos todos agradecer à Disney por despertar tantas emoções boas em um filme. E o melhor é que parece que o estúdio nem precisa mais fazer um grande esforço para isso. No mais, que venha Rei Leão.
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