Em sua vigésima edição, a Brasil Game Show 25 entrou para a história como um dos eventos mais memoráveis da cultura gamer nacional. Realizada dos dias 9 e 12 de outubro,agora em um novo espaço, o Distrito Anhembi, a feira invadiu os cinco pavilhões com atrações que encantaram fanáticos pelos games, criadores de conteúdo, expositores e entusiastas. Um retorno épico de grandes nomes Desde o seu anúncio, a BGS 25 despertou muitas expectativas e a mais aguardada de todas, a volta de Hideo Kojima ao Brasil. O lendário diretor japonês foi uma das presenças que marcaram a BGS, com bastante celebração, participando de painéis, sessões de meet & greet e até atuar como jurado no BGS Cosplay, um momento simbólico após sua última aparição há oito anos, na BGS 2017. Durante o evento, Kojima compartilhou com o público alguns bastidores de DEATH STRANDING 2: ON THE BEACH e falou sobre o processo criativo envolvido na produção e os seus desafios, além de contar sobre as inspirações por trás da nova fase da franquia. O público teve a oportunidade única de fotografar, conseguir autógrafos e ouvir do próprio criador sua visão para o futuro dos jogos. Apesar de muito clamor, o público ficou decepcionado com a organização dos meets que aconteceriam com o autor. Além do Kojima, outras personalidades nacionais e internacionais marcaram presença no evento, como desenvolvedores, streamers, diretores de estúdios independentes, dubladores e influenciadores. Painéis sobre narrativas, design, acessibilidade e cultura pop foram distribuídos ao longo dos quatro dias, valorizando tanto os grandes nomes quanto os novos talentos. Nova estrutura Um dos grandes marcos dessa BGS foi a mudança de local e a modernização da estrutura. Com cinco pavilhões ocupados no Anhembi, o evento ofereceu mais espaço para expositores, mais áreas temáticas, estandes interativos e experiências imersivas. O local que antes era a maior expectativa, logo foi deixando o público desanimado pela dificuldade de acesso. Quem esteve na feira testemunhou instalações impressionantes com realidade virtual, ativações em realidade aumentada e cenários instagramáveis, como os de Brawl Stars e das franquias de filmes de terror que mesclavam jogos, cultura pop e terror. Apesar da fluidez para transitar na feira, algumas ausências logo foram notadas pelo público que teve uma diversidade menor de marcas e franquias nesta edição. O que impressionou o público, diferente de outros anos, foi a Arena Gamer de Brawl Stars, com mais de 5.000m² a arena contava com arquibancadas, palcos, bancadas de casters brasileiros e gringos, além dos times competindo ao vivo, pelo campeonato LCQ de Brawl Stars.
Supresa nos campeonatos cosplays O palco cosplay ganhou um destaque a mais neste ano, com um número expressivo de inscritos e participações de peso, o concurso apresentou performances emocionantes. Kojima, chegou até a julgar os cosplays como jurado convidado, avaliou com atenção personagens clássicos e criações originais, reforçando o apreço da BGS por essa celebração da cultura gamer e reconhecimento de quem faz tudo funcionar, o consumidor.
Nos torneios de eSports, batalhas acirradas tomaram conta das arenas. Títulos consagrados e apostas emergentes disputaram premiações, e as finais atraíram plateias entusiasmadas — com narradores ao vivo, telões e comentários técnicos.
Além disso, fãs e criadores aproveitaram para socializar: encontros espontâneos nos corredores, sessões de fotos com figurinos, venda de artes e produtos autorais e trocas de experiências entre comunidades. A BGS 2025 mostrou que o evento vai muito além dos grandes estandes: é uma festa da identidade gamer.
Lançamentos, negócios e tendências
Em 2025 muitos títulos aguardados foram revelados ou tiveram demonstrações na feira. Os estúdios aproveitaram o palco da BGS para apresentar trailers, demos e painéis anunciando seus jogos.
Na área de negócios, o evento ofereceu espaços B2B, diferente de anos anteriores, onde foi possível o encontro de desenvolvedores e oportunidades para networking, fortalecendo o papel da BGS como polo estratégico para a indústria nacional de jogos. Franquias independentes aproveitaram para mostrar seus protótipos e captar visibilidade sobre os seus projetos, como já acontecia em outros anos da feira.
Outra tendência clara foi a presença crescente de crossovers entre games, cultura pop e tecnologia, com estandes temáticos inspirados em séries, filmes, quadrinhos e vestuário, criando experiências híbridas que encantaram o público.
Desafios e aprendizados
Nenhum evento desse porte está livre de desafios, e com a BGS 2025 não foi diferente. Em horários de pico (15h às 18h), alguns corredores ficaram bastante congestionados, além de demora para conseguir sair do local. Houve relatos pontuais de filas longas para acesso a atrações muito populares, como estandes famosos e sessões com convidados, como as do Kojima. Algumas apresentações tiveram pequenas trocas de horário, exigindo atenção da organização, mas, de modo geral, o planejamento logístico foi elogiado.
Outro ponto fortemente debatido foi a precificação dos ingressos e a disponibilidade de ingressos premium, que para muitos fãs foram considerados elevados nos lotes finais.
A BGS 2025 foi, sem dúvida, um marco para o fenômeno gamer no Brasil. O retorno triunfal de Hideo Kojima teve um destaque simbólico, mas todo o evento reafirmou sua vocação: ser um encontro plural, vibrante e estratégico para fãs, criadores e a indústria. O evento mostrou evolução estrutural, ousadia nas atrações e compromisso com a comunidade. Resta saber como as marcas vão reagir com cada vez mais surgindo outros eventos concorrentes para a Feira.




