citar alguns. Mas ninguém levou isso adiante do jeito que Tom Cruise fez. Em 96, ele estrelou Missão Impossível que agora completa praticamente 3 décadas existente de uma das franquias mais poderosas, lucrativas e ousadas do cinema.
Missão Impossível: Acerto Final chegou essa semana nos
cinemas como a última missão do implacável agente Ethan Hunt. Os anos 90 vieram
de um boom dos efeitos especiais digitais que tornavam possível ideias
mirabolantes, antes incogitáveis com efeitos práticos. Tom Cruise porém, andou
na contramão do que era convencional para qualquer estúdio em Hollywood. O ator
que hoje tem 62 anos, levou a franquia adiante sem deixar a idade limitar as
possibilidades.
Três décadas depois, Cruise é conhecido por fazer
todas as suas cenas de ação, sem dublês e quase sem qualquer tipo de segurança.
Além disso, o astro também possui licença para pilotar diferentes tipo de aviões,
aeronaves e quase todo tipo de veículo aéreo existente. É só assistir Top Gun:
Maverick (2022).
Acerto Final é a segunda parte de Acerto de Contas Parte
1, lançando em 2023. Agora, vemos a conclusão da missão de Ethan de impedir que
uma inteligência artificial conhecida como A Entidade caia nas mãos erradas. Ou
melhor nas mãos de Gabriel (Esai Morales) que quer o controle da IA para
manipular todo tipo de conflito militar, político e social. A história em si
pode não estar inventando a roda, mas, se tratando de Missão Impossível, nada é
tão óbvio. E quando você acha já sabe o que vai acontecer, Ethan Hunt sempre
está 5 passos à frente das expectativas do espectador.
Aqui, temos um vilão tão implacável e inteligente
quanto o próprio Hunt, e entregado por performance impecável de Morales. Hunt
ainda conta a ajuda de Benji (Simon Pegg), Luther (Ving Rhymes) e Grace (Hayley
Atwell). Todos cumprindo a proposta de seus personagens dos filmes anteriores
com atuações excelentes.
Conforme a franquia foi ganhando novos filmes, vimos
Tom Cruise fazer coisas cada vez mais mirabolantes e no último capítulo não seria
diferente. Entre alguns flashbacks dos filmes anteriores que tornam o filme uma
espécie de retrospectiva que homenageia seus feitos e história da franquia,
Ethan Hunt mergulha fundo em águas perigosas e se pendura em aviões biplanos
para salvar o mundo. As façanhas de Cruise escancaram o comprometimento do ator
com a sua arte. Quando vemos um filme de Missão Impossível, sabemos que o que
estamos vendo na tela é real. Aquele é Tom Cruise fazendo o que faz de melhor
sem sequer usar os melhores truques que Hollywood tem a oferecer.
Mas nem Missão Impossível: Acerto Final, acerta tanto
o tempo todo. O longa com quase 3 horas de duração demora para pegar no tranco.
Boa parte de todo o 1º ato tem mais diálogos que o necessário e torna a
experiência um pouco maçante. Ainda que isso ajude a desenvolver melhor a trama
e os personagens, faltou um ritmo mais acelerado para lidar com a urgência de
salvar o mundo de um apocalipse digital claramente eminente. Em compensação,
quando a trama de fato engata a 3ª marcha, é impossível piscar, e as 2 horas seguintes
passam voando.
Tom Cruise se consagrou através da franquia, mas
também sempre soube provar que domina o drama. Ethan Hunt é humano, vulnerável
e nem um pouco imortal. Cruise possui uma habilidade inigualável de virar a chave
entre o agente durão e ágil e o ser humano que também sabe chorar quando perde alguém.
Quando Hunt sente, nós sentimos também. Simples assim.
Apesar de ser a despedida de uma das franquias mais icônicas,
o longa possui um final otimista, positivo e sim com a possibilidade de uma
nova história. Mas talvez a FMI (Força de Missão Impossível, IMF em inglês),
decida que é hora de aposentar Hunt, deixá-lo descansar e contratar um novo
agente à altura de Ethan. O próprio Tom Cruise já declarou que apostaria no
emergente Glenn Powell como seu sucessor, caso ele aceite a missão.