Impulsionados pelo público, artistas se posicionam contra Bolsonaro, que tenta impor multa, mas notifica empresas erradas e inexistentes

"Fora Bolsonaro" é um coro que sempre está presente nos shows, seja pequenos, internacionais ou festivais. Amplificando e chegando a estilos que, até então, não rolavam esse tipo de manifestação.

Com mais da metade de seu mandato sem termos shows e festivais internacionais, muito por conta da pandemia, o coro foi entoado pelos públicos e bandas de festivais como o Rock in Rio e Lollapalooza de 2019, além de chegar até em vertentes mais conservadoras, como o metal, durante essa retomada de eventos, mas sem rolar nenhum tipo de censura quanto a isso, algo que seria o correto de se fazer num país democrático.

Mas, em ano eleitoral  e com a popularidade de quem preside indo de mal a pior, vimos o início de uma tentativa de censura durante o Lollapalooza 2022, que teve coro de "Fora Bolsonaro" entoado pelo público no Onix Day e que se manteve durante o primeiro e segundo dia de festival, entoando também isso pelos artistas brasileiros (incentivados principalmente pelo público, que iniciava as manifestações) como Pabllo Vittar (que pegou a bandeira do Lula, entregue por um fã e desfilou com ela pelo corredor, durante alguns segundos - E foi acionada pelo PL no TSE), além de Emicida (que fez campanha tanto para menores de 18 anos fazerem título de eleitor quanto para tirarem o presidente), Jão (que fez parte do "Fora Bolsonaro), Silva (que concordou com a manifestação) e nomes internacionais como Marina Diamandis (que falou um Fuck Putin e Fuck Bolsonaro).

Diante de todas as manifestações, o partido de Bolsonaro tentou cancelar o festival e o TSE acatou a multa imposta de R$ 50 mil para cada artista que fizer manifestação política ou se posicionar contra o presidente, definindo isso como propaganda político-eleitoral, apesar do próprio líder ter feito campanha política desde o início de seu mandato, assim como outros possíveis candidatos. Ironizando a multa, Anitta comentou "R$ 50 mil? Menos uma bolsa... Fora Bolsonaro", já Felipe Neto, criador do projeto "Cala A Boca Já Morreu", que propõe coisas como pagar advogados a pessoas que forem censuradas por autoridades públicas eleitas pelo povo, comentou que irá ajudar a pagar a multa de qualquer artista  que for notificado pela sua manifestação.


A primeira banda a se apresentar durante a transmissão da Multishow e após a proibição e imposição de multa para os artistas foi a Fresno, que tanto brincou sobre fazer vaquinha para pagar a multa quanto marcou o próprio presidente, avisando para o presidente ficar de olho no telão.

Depois de quase dois anos e meio sem se apresentar ao vivo (tanto por conta da pandemia quanto por conta tratamento do Governo com tudo isso, em questões de demora principalmente da vacina, fazendo com fosse cada vez mais longa a volta de eventos com público e de grande porte), a Fresno voltou aos palcos com um álbum novo e lirismo influenciado por tudo que passamos nos últimos dois anos, de maneira nacional, como na música 'Fudeu!', que traz a estrofe "E o prеsidente, basicamente Quer te exterminar / E o ideal fascista Já conquistou teu núcleo familiar" e se complementou ao "Fora Bolsonaro" que pode ser visto no telão abaixo e Lulu Santos relembrou frases contra a censura como "cala a boca já morreu".




Já Djonga, mandou um "Fora Bolsonaro" e continuou "Eu odeio o Bolsonaro, nós odeia o Bolsonaro. Se você gosta, problema seu" e Marcelo D2 recorreu ao STF, contra essa intimação do festival e, horas depois disso, mandou um "Ei Bolsonaro, vai tomar no cu", logo depois de Rael, Emicida, Drika Barbosa, Bivolt, Mano Brown (de boné vermelho), entre outros tanto homenagearem Taylor Hawkins quanto conscientizar a importância do voto, que na urna que ganharemos e a importância do "Fora Bolsonaro". 


Apesar de todos esses protestos, mesmo sob pena de multa, a mesma não valeu nada, já que hoje é o último dia de evento e as empresas notificadas não fazem parte da organização do evento e nem existem mais. De toda forma, vale e muito ver cada um dos artistas unidos com a mesma ideia, independente do estilo, contra a censura e um governo que é contra a cultura e qualquer tipo de forma de arte.



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