CRÍTICA: Daniel Craig encerra 007 em grande estilo


Texto por Pedro Mauro

007 Sem Tempo Para Morrer já chegou muitas missões a cumprir: Uma boa história, dar a Daniel Craig uma última aventura digna do fim de uma era e encerrá-la de forma coerente e, quem sabe, começar a apontar na direção dos próximos passos de James Bond. A franquia aora apostou em uma mensagem sobre legado e sobre o potencial destrutivo da humanidade, tendo nós mesmos as nossas maiores ameaças.

E foram quase dois anos de espera para o longar ir para as telas. Curiosamente, Sem Tempo Para Morrer provoca uma analogia poética com o período que estamos vivendo em 2021. No início da trama, James Bond vive um relacionamento com Madeleine (Léa Seydoux)  após uma excelente e trágica cena de abertura focada no passado da personagem. Cinco anos depois o espião está aposentado, levando uma vida discreta na Jamaica mas logico que é só uma questão de tempo até Bond ser chamado de volta ao serviço por conta de uma nova ameaça que envolve uma arma biológica roubada.

Em seu quinto e último filme como o clássico espião, Daniel Craig se despede em excelente forma, unindo a inventividade e a habilidade física de cair o queixo do personagem. O longa dá espaço para Craig brilhar como um herói cheio de cicatrizes de uma vida sempre vivida ao limite. James Bond ama e sofre dolorosamente em seu final.

Sem Tempo Para Morrer é o filme mais longo da história de James Bond e é um pouco difícil encontrar boas razões para justificar as quase três horas de duração. A quantidade de tramas, reviravoltas e as ligações entre os outros filmes passam a sensação de que o roteiro queria a qualquer custo aproveitar tudo o que era possível antes de chegar ao fim, e, ironicamente, sem tempo para sequencias mais épicas. Não que o longa falhe em entregar momentos de tirar o fôlego, ação e suspense de qualidade, mas Operação Skyfall, por exemplo, trabalha de forma mais cuidadosa a trama, traições, planos secretos, motivações, entre outros fatores.

Rami Malek (Bohemian Rhapsody) é o vilão da vez e segue à risca os arquétipos cartunescos de “vilão de James Bond”. Um homem desajustado e com um desejo vingança baseado no passado de abandono e rejeição. Além, claro, da personalidade tirana e megalomaníaca à lá Thanos, de Vingadores: Guerra Infinita. Teria sido interessante se pudéssemos conhecer mais detalhes sobre o que levou o até ali, para além das frases malignas típicas dos antagonistas de Bond.

A trilha sonora de Billie Eilish canta“Engane-me uma vez, engane-me duas vezes. Você é a morte ou o paraíso?”, na música de abertura, que anuncia o clima melancólico eminente a todo final de ciclo. 007 - Sem Tempo Para Morrer é uma história sobre as cicatrizes que o tempo deixa. Daniel Craig ganhou uma despedida mais do que satisfatória e 

Sem spoilers, vale ficar de olho no que o futuro da franquia pode reservar a Ana de Armas, que teve agora uma participação breve, mas marcante. A discussão sobre quem será o próximo James Bond ainda é um assunto com muito chão pela frente, e independente de quem assumir o manto, (ou melhor, o terno), eleva o nível de exigência e habilidade para o futuro do personagem. 

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