MUSO SOUP ÁLBUNS #31: DYGL, Swanny.95, Ben Power, Shadow Box, The Bad Egg e mais artistas com discos lançados recentemente

01 - DYGL
Diretamente de Tokyo, uma das sensações do indie rock japonês lançou recentemente seu terceiro álbum de estúdio, intitulado "A Daze In A Haze" há cerca de aproximadamente um mês.

Trazendo 12 músicas para ouvintes do gênero ou simplesmente que gostam de conhecer outros artistas, o LP de 12 faixas foi produzido e publicado pela HardEnough (Japan Distribution) e distribuído mundialmente por Anniversary Group.

Este novo trabalho apresenta um clima específico ao longo de todas as 12 faixas, mas oferece uma grande variedade de musicalidade e tensão melódica, algo que pode ser identificado logo nas duas primeiras faixas, enquanto '7624' apresenta uma sonoridade pop com alguns efeitos vocais ao longo da música, 'Banger' já nos traz uma faixa mais rockeira que flerta entre o indie rock (por conta dos instrumentais) e o pop punk (este por conta do estilo vocal). Já "Half of Me" é uma música matadora com um toque de contaminação, que visa mesclar mais rock clássico com interpretação moderna, enquanto faz referência a uma ampla gama de gêneros, como trap, pop punk e club music.

Sendo também um álbum conceitual, eles buscam trazer três temas para dentro do seu trabalho: Primeiro, para reavaliar um clima colorido e de busca de prazer, a cultura do pop punk e do rock alternativo construída no final dos anos 90 até o início dos anos 2000. Para acabar com o desespero dessa época, a banda toca "Banger" e "Wanderlust" com uma tensão explosiva proposital. A pegada e o poder são marcas registradas distintas; aqui vemos um novo horizonte de DYGL ganhando vida através das trilhas.

O segundo tema gira em torno da classificação do gênero e da pergunta: "como uma banda de rock pode se tornar um sucesso em uma época em que os adolescentes ficam loucos pelo hip hop e R&B?" bem como a aparente falta de interesse pelo som da guitarra na música popular. Uma nova geração de músicos como Soccer Mommy, Clairo e Mura Masa está "atualizando" o rock com a inclinação do público de hoje. Agora DYGL alcançou um novo som através da experimentação definida em faixas como "7624" e "Half of Me", abrindo-se para referências e influências do pop, trap, club music.

Um terceiro tema altamente impactante e relacionável presente neste álbum é o sentimento negativo que surgiu em todo o mundo sob o hit da pandemia Cover 19, que afetou gravemente a indústria musical. Daí nasceu a canção: "Será que nos esquecemos de como sonhar durante o dia?". Seu som melancólico deixa sentimentos silenciosos e sombrios aos ouvintes, espelhando de alguma forma a percepção de ser deixado para trás do resto do mundo que se tem quando está sozinho ou não tem a companhia de outros.

O resultado é um trabalho onde todas as músicas têm semelhanças, mas também diferenças de características melódicas tanto instrumental, quanto vocal, apresentando diversos ritmos.



02 - SAM SHERROD
Estreando aqui no site, ele revelou no final de Julho nas plataformas de streaming o EP "Heart Attack", que poderia ser definido como álbum, contendo 7 músicas em cerca de 20min de duração.

Para este trabalho, o artista apresenta uma sonoridade passa por diversos estilos do pop, como o eletro/synth/indie, além de apresentar elementos instrumentais do dream e de outras frentes, como os beats do hip-hop, dance e um estilo vocal presente no R&B.

O EP sucede seu single de estreia lançado neste ano e é definido pelo artista como: "Uma montanha-russa de emoções, da dor no coração ao amor apaixonado. Ryan e eu trabalhamos tão bem juntos, o projeto veio junto com muita fluidez. Espero que todos que ouvirem gostem tanto quanto eu gostei de fazê-lo", disse Sherrod.

Confira o EP completo abaixo:






03 - MICKO ROCHE
Este sim podendo ser chamado de EP, "Sióg" foi lançado pelo artista irlandês no último dia 6, apresentando cinco faixas que trazem uma sonoridade voltada para o cinemático, instrumental, eletrônico, sons ambientes e post-rock, ao longo de quase 30min se contar a última música 'Fágáil', presente no EP na versão normal e estendida. 

Sendo um trabalho conceitual, a ideia vem de uma música intitulada The Dance of the Fairy, que Micko compôs para uma adaptação em dança contemporânea de um livro infantil. Cada peça representando um estágio da vida da criatura mítica.

A faixa um Sióg (Tús), é uma versão de piano ambiente despojada da peça original da música e é o amanhecer de uma nova vida. Para a segunda faixa, Kaya Keating oferece violino em Sióg (Saol), que representa a Vida, a liberdade de viver.

A faixa três Sióg (Contráth) retrabalhada por Jessie Roche é o crepúsculo da vida, o Crepúsculo. Um remix eletrônico mínimo, é o pivô do EP com vibrações edificantes e calmantes, também apresentando belos vocais de Jessie. A pista quatro Sióg (Fáigáil) é a Partida. John Haggis (Speckled Doves, Band Of Clouds, Emperor of Ice Cream) escreve e executa um hino indie melancólico, ‘The Last Goodbye’. Para a faixa bônus Sióg (Fágáil) The Last Goodbye (alternativa, versão estendida), Haggis adicionou guitarras altíssimas e um refrão extra que toca lindamente como uma peça final.

Nos permitindo ter uma sensibilidade musical apurada e emocional de maior alcance, dependendo do equipamento de áudio que estivermos admirando essa obra, pois quanto melhor o equipamento, mais detalhes serão sentidos pela nossa mente e ouvidos, o artista consegue ter como resultado algo que nos transporta para outra dimensão e nos emociona, em cada uma das faixas.

Mostrando ser um artista multitarefas, ele é o responsável por tocar todos os instrumentos, além de gravar, cuidar da produção, mixagem e masterização em sue estúdio caseiro, deixando somente a belíssima arte por conta de Cristina Zein Vera (www.instagram.com/criszv).

Micko Roche está emergindo como um dos artistas e produtores mais exclusivos da Irlanda na cena hoje, já apoiado por Jose Padilla, Chris, Coco, Pete Gooding, Blank & Jones. Vindo de Waterford, sua mistura única de grooves relaxados e instrumentos ao vivo se combinam lindamente para criar uma experiência balear relaxante para a alma. A experiência de Micko reside em apresentações ao vivo, viajando a maior parte de sua vida pela Irlanda, Reino Unido, Europa Central e Escandinávia com o tradicional grupo irlandês "The Butterfly Band" e, anteriormente, com a banda de rock psicodélico The Madrigal. Micko encontrou sua paixão pela produção de estúdio e engenharia de som, e perseguindo seu amor pela escrita e produção lançou vários projetos de sucesso sob seu projeto de artista solo, ganhando atenção da mídia e também da comunidade musical internacional das Baleares.



04 - SWANNY.95
Sendo o único da lista que traz rap e hip-hop para seu estilo sonoro, Swanny.95 apresentou no último dia 6 seu álbum de estreia, com sete músicas autorais e quase todas letras consideradas explícitas pelas plataformas de streaming.

Em "Primal", ele combina melodias exuberantes, bateria boom bap e elementos lo-fi e do trap para criar uma moldura para seus vocais introspectivos que abordam conceitos humanos universais como construir relacionamentos, seguir suas paixões e ser honesto consigo mesmo sobre suas vulnerabilidades, cumprindo também o papel de trazer letras de cunho social para dentro do hip-hop, algo necessário de termos atualmente.

Ouça o álbum completo:




05 - BEN POWER
Estreando por aqui, temos Ben Power, artista australiano que lançou no último dia 30 seu primeiro EP, intitulado "Drink Like A God" e que apresenta 5 músicas inéditas ao público ouvinte.

Mesclando entre classic e soul rock, conseguimos imaginar Jim Morrison ft The Who na faixa 'California', enquanto a faixa-título traz uma sonoridade que poderia ser considerada como o hino Soul de um EP definido pelo artista como uma oração dionisíaca à luxúria da madrugada, aos sonhos, ao desejo de voltar para casa e à bebida para a musa.

Para esse trabalho, ele se juntou ao produtor Rohan Sforcina (Bernard Fanning, Kate MillerHeidke, Dune Rats), Brendan Welsh no piano e Matt Erickson na guitarra principal, 'Drink Like a God' foi gravado entre os lockdown em 2020 no Headgap Studios em Melbourne, com todos tocando ao vivo na mesma sala.

Se você é fã dos estilos citados acima, certamente vai curtir o EP, que pode ser ouvido em sua íntegra abaixo:




06 - THE CHAMBERLAINS
Diretamente da Austrália, o músico e poeta Michael Stephens apresenta uma tonalidade alta de rock n' roll, riffs pesados e um lirismo cômico ao explorar os cantos absurdos e grotescos da sociedade moderna, trazendo uma mescla sonora entre garage rock e pós-punk ao abordar temas como juventude, isolamento, gentrificação, boatos e masculinidade.

Em 2020 ele decidiu assumir a tarefa de escrever, gravar e lançar um disco ele mesmo, estabelecendo oficialmente The Chamberlains como um projeto solo. A primavera de 2020 viu o lançamento de dois singles, com o inverno seguinte finalmente vendo o tão esperado lançamento do álbum de estreia Kingdom of the Swine (2021), que pode ser ouvido abaixo:




07 - SHADOW BOX
Essa não é a primeira vez deles por aqui, que aparecem agora com um dos trabalhos mais extensos de nossa lista da semana, com o álbum "Flat Moon", lançado nas plataformas de streaming no último dia 23.

Para este álbum, eles mostram um rico conhecimento de gêneros musicais, trazendo o som pesado do rock alternativo/grunge, unido a dedilhado country e um jogo melódico de vozes para a faixa 'Destination All', escolhida para abrir este trabalho e podendo até ser considerada um resumo do que iremos encontrar no conjunto da obra, definida pela própria banda como a junção Simon & Garfunkel e Alice In Chains, com Chris Cornell aparecendo em algumas faixas. 

Como processo de composição do álbum, temos a junção de diversos musicistas de New Jersey na banda, como Cody McCorry, da banda de rock progressivo Thank You Scientist, que toca em "Destination All" e "Sandbox", duas faixas de um trabalho que levará o ouvinte a uma exposição através da nostalgia, e servirá para resolver ou obscurecer ainda mais o mistério da sua própria curiosidade.

Se você não conseguiu imaginar como seria essa mistura de gêneros, confira abaixo:




08 - MOVIE CLUB
Ontem (10), a banda norte-americana lançou nas plataformas de streaming seu 5º trabalho de estúdio, entre álbuns e EPs, caso de "Fangtooth".

Definido por eles como uma continuação de sua jornada sonora que ilustra a tensão, o horror e as pequenas vitórias do ano passado, eles trazem novidades em comparação a trabalhos anteriores, como a adição de trompas e a colaboração do baixista Tim Lefebvre ( que já tocou com David Bowie). 

Esse trabalho é o culminar de montanhas-russas emocionais e expressão sonora, desde o riff de abertura cheio de ação de “Badlands” até a textura de “Ghost in the Machine”, o EP abrange todo o espectro de humores - e como as músicas omitem letras, o mundo inteiro pode se relacionar.

Sonoramente, eles mesclam estilos como stoner/hard rock e psicodelico, este EP é um prato cheio e vocês podem ouvir abaixo:



09 - THE BAD EGG
Depois de apresentarmos ele ao site, em um dos nossos primeiros trabalhos com a plataforma, a banda suíça está de volta com o EP "A Night In Gale", revelado nas plataformas de streaming no último dia 30.

Com seis músicas, incluindo uma versão remasterizada de 'Set Me On Fire', eles apresentam uma sonoridade que combina elementos e influências do rhythm and blues, classic rock, industrial e alternativo, num trabalho que contrapõe sons agridoces a letras sombrias e, de certa forma, interliga suas composições, como é o caso da faixa-título e de abertura do álbum, que inevitávelmente nos remeteu a 'While My Guitar Gently Weeps' (The Beatles Anthology), tal como o início de 'Set Me On Fire', revelada por aqui final do ano passado.

Apresentando uma variedade de gêneros ao longo do EP, cada faixa parece seguir suas próprias regras. Surge uma imagem sobreposta de diferentes perspectivas, revelando uma realidade complexa e sombria.

O trabalho completo pode ser ouvido abaixo:




10 - 9 O'CLOCK NASTY
Diretamente de Leicester, eles lançaram no último dia 6 o EP "Growl" nas principais plataformas de streaming e iremos falar um pouco sobre elas abaixo.

Este trabalho com três músicas segue o EP "Dry", repleto de uma linha de guitarra sessentista e divulgado de Áustria a Brasil. Já agora, eles trazem uma sonoridade original e única ao passar pelo dark, garage rock, post-punk, elementos de sintetizadores e lo-fi, passando pela influência do Pixies na faixa de abertura, apresentando um baixo groovy e de destaque em 'Walkman Walk', além de passar por vertentes do trip-hop na faixa escolhida por encerrar o EP. 

Ouça o trabalho completo abaixo:


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