Crappy Jazz: criatividade, experimentos e autenticidade

Foto: Isabela Monteiro
Noise rock é apenas uma das tantas possibilidades do Crappy Jazz, duo de Londrina que recentemente lançou o single ‘Subitamente’ em forma de videoclipe. Uma prévia para o disco de estreia, já agendado para ser lançado no final deste mês, ou seja, quando o Brasil e mundo voltar à normalidade e à correria do dia a dia pós-Copa do Mundo. A criatividade, e a liberdade entre Silva e Yuri para experimentar, são as marcas do Crappy Jazz. Do heavy metal à brasilidade, tudo se encaixa na proposta musical. Conversamos com eles e o bate papo você confere aqui.  

Como tem sido a repercussão da nova música, Subitamente?  

Silva - A recepção dela tem sido bem legal. Várias pessoas aqui da região, e também, de rádios e sites, fizeram comentários positivos sobre ela. Alguns até falaram da música como certo ‘avanço’ que eles viram em relação às músicas lançadas antes. Acho que a ideia é essa, tentar sempre melhorar de algum jeito.  
 
 Até o momento, a banda sempre lança uma música em formato videoclipe. por que?  
Silva - A gente gosta dos vídeos. Além de ser interessante como proposta artística, agrega bastante pra música, tem algo visual complementando o som. Acaba virando um atrativo e uma informação a mais pra ouvirem a música também. Muita gente acaba ‘passando batido’ quando o áudio não tem nenhuma arte junto. Pela época que a gente cresceu também nos anos 90, essa coisa do videoclipe é algo que marcou bastante a gente também. Vivíamos sempre vendo vídeos de bandas que a gente gostava e é algo que de algum jeito acabou nos influenciando. 
 
A produção do clipe de Subitamente é aparentemente simples, mas dá pra perceber que existe uma intensidade que pauta tanto a música quanto a interpretação de vocês. Como foi esse processo?  
Silva - A ideia era mostrar algo direto mesmo, com a banda tocando, mas com certa estética, falando também destes contrastes (luz e sombra) das dinâmicas e também da certa introspecção que a música tem.  
Yuri - A produção não foi tão complicada mesmo, e também foi algo que tínhamos uma visualização na cabeça, mas a ideia é sempre experimentar, e como nós mesmos nos dirigimos, acho que a nossa performance e interpretação podem ser algo que acrescentem no videoclipe, junto com a música e crucialmente a edição.  

E como rolou a oportunidade de mixar a música com o Chris Hanzsek? 
Silva - A produção e mixagem na verdade foram feitas pelo Yuri, no estúdio dele “Pai Muller Studio” aqui na cidade. Já a masterização, um amigo nosso de Londrina havia comentado sobre o Hanzsek. A gente pesquisou sobre e vimos que ele tinha trabalhado com bastante gente legal (Melvins, Soundgarden, mais recentemente até o Far From Alaska). Acabamos fazendo um contato pelo site do estúdio dele mesmo, e por fim, acabamos fechando com ele pra masterizar o disco. O Chris foi bem atencioso, conversamos bastante sobre o trabalho e as ideias que a gente tinha. Atendeu a gente muito bem, ajudou com sugestões e tudo mais. Ficamos bem felizes com o resultado. 

O trabalho criativo e tocar ao vivo em dupla, no que difere de uma banda com mais integrantes? 
Yuri - Muita coisa, eu acho, não tendo um frontman já difere muito, e a gente trabalha pra compensar isso na nossa performance e interação com o público. 

O gênero noise rock atribuído ao Crappy Jazz, se diluído, dá pra sentir que tem pegada do stoner, de rock cru e até alguma coisa de música brasileira. Tem tudo isso, mesmo? E como é o processo de juntar tudo e criar algo novo? 
Silva- Sim, a gente gosta e ouve bastante coisa diferente. Desde o hardcore, metal, pós-punk, o rock de bandas como Nação Zumbi e Raimundos, até System of a Down, Lightning BoltMars Volta, Tricot e outras. Acho que na hora de criar, naturalmente vamos misturando alguns elementos e referências, adaptando coisas e tentando desenvolver isso em duas pessoas. 
Yuri - O processo de composição ou criação acontece muito espontâneo e natural, nada é forçado, nada é pensado demais, acho que cada um tem suas próprias influências, mas não temos bandas inspiradoras pra criarmos nossa sonoridade, ela simplesmente surge. O processo de juntar acaba sendo ainda mais fácil, por a gente estar ali em um ambiente onde a gente pode ser a gente mesmo (risos). Começamos a tocar, compor riffs, frases, batidas, já vou pensando em alguma melodia, depois venho com algumas letras e melodias pré-definidas, fazemos uns testes e o resultado vai saindo. 

Com quais bandas a Crappy Jazz costuma se apresentar ao vivo? É possível aproximar a banda de alguns "cenas" mais do que outras? 
Silva - Aqui em Londrina, vivemos um momento hoje muito fértil pra música, com bandas de vários estilos surgindo. Acabamos tocando já com grupos bem diferentes; Já dividimos palco com o Vermes do Limbo, que é uma banda bem pioneira no PR pra esse tipo de som noise, além de várias bandas como Corpsia (Thrash Metal), Don’t Touch Me, Logomaquia e Vulgar Gods (Rock Alternativo),  Mhorula (Industrial), Fusage (Stoner), Mind Reverse (Hard Rock) e várias outras. Acho sempre interessante quando há uma mistura de estilos e ideias, o público acaba tendo a experiência de sons diferentes também. 

Álbum completo, quando sai? 
Silva - O disco sai em Julho deste ano. Vamos esperar passar a Copa do Mundo (Após a entrevista foi revelado que será lançado 26/7).


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