CRÍTICA - Se Não Fosse Você


Texto por Camyli Estefani


Se Não Fosse Você é a mais nova adaptação cinematográfica do livro best-seller de Colleen Hoover, trazendo para os cinemas uma história marcada por amor, perda e reconstrução familiar. Sob a direção de Josh Boone, responsável pelo sucesso de A Culpa é das Estrelas, o longa reafirma a habilidade do cineasta em equilibrar sentimentalismo e autenticidade em narrativas românticas. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 23 de outubro de 2025.

A trama acompanha Morgan (Allison Williams) e sua filha Clara (Mckenna Grace), que veem suas vidas desmoronarem após um acidente de carro que mata Chris (Scott Eastwood), marido de Morgan, e Jenny Davidson (Willa Fitzgerald), irmã da protagonista. A tragédia desencadeia segredos e tensões, especialmente envolvendo Jonah (Dave Franco), viúvo de Jenny. A partir daí, a narrativa se concentra na complexa relação entre mãe e filha, costurando temas como luto, amadurecimento e perdão.

O destaque do filme está nas atuações. Allison Williams entrega uma performance contida e delicada, enquanto Mckenna Grace sustenta com segurança as cenas mais emocionais, revelando um futuro promissor. A química entre ambas dá força à história, tornando os conflitos familiares mais palpáveis. Mason Thames, como Miller Adams — interesse amoroso de Clara, adiciona leveza e naturalidade às cenas juvenis, equilibrando bem o tom dramático.

O elenco de apoio, com Dave Franco, Willa Fitzgerald e Scott Eastwood, cumpre seu papel ao sustentar a narrativa sem tirar o foco das protagonistas. Essa harmonia no elenco ajuda a construir uma atmosfera emocional consistente, evitando exageros dramáticos excessivos.

Ainda assim, Se Não Fosse Você apresenta fragilidades. A direção de Boone, embora sensível, por vezes estende cenas além do necessário, e o roteiro de Susan McMartin se apoia em estruturas já conhecidas do gênero. Em alguns trechos, a narrativa desacelera demais, comprometendo o ritmo da projeção e fazendo as quase duas horas de duração parecerem mais longas.

Mesmo assim, o longa mantém a atenção do público pela sinceridade emocional. O luto, os segredos familiares e a importância da empatia são tratados de forma cuidadosa e acessível, evitando o melodrama excessivo. O resultado é uma experiência cinematográfica envolvente, que fala mais pelo sentimento do que pela surpresa narrativa.

Em síntese, Se Não Fosse Você aposta na força dos vínculos humanos para dar profundidade a uma história previsível, mas honesta. Sustentado por atuações sólidas e emoção verdadeira, o filme deve agradar fãs do gênero e de Colleen Hoover, oferecendo momentos tocantes e facilmente reconhecíveis pelo público.


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