Tivemos a oportunidade de conferir Particle Hearts, jogo publicado pela First Break Labs, desenvolvido pela Underwater Fire Games, cujo objetivo é criar mundos que provoquem reflexão em meio às suas descobertas, maravilhas e visuais criativos, algo presente em seu título mais recente, já disponível para Steam, Nintendo Switch, Xbox Series e PlayStation desde o último dia 25.
INTRODUÇÃO E SINOPSE
Logo ao abrir o jogo, o jogador já encontra um menu de opções relativamente simples, mas funcional. Nele, é possível selecionar o idioma entre uma ampla variedade (inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, português brasileiro, chinês, japonês, coreano, russo ou polonês), garantindo que diferentes públicos possam se sentir acolhidos pela experiência. Além disso, é possível ajustar o nível de brilho da tela e inverter o eixo da câmera. No entanto, chama atenção a ausência de opções para players que necessitam de recursos inclusivos.
Em seguida, o jogador é conduzido à primeira cutscene, que estabelece o tom sombrio e urgente da aventura. O protagonista, conhecido como The Drifter, aparece ferido, tentando escapar de uma alcateia de lobos com chifres que o perseguem de forma implacável, querendo devorá-lo, até que eles recuam repentinamente ao se depararem com um portal estranho no meio da floresta. É nesse momento que a jornada realmente se inicia, convidando o jogador a descobrir um universo marcado por mistérios, perigos, além de uma estética e estilo de narração envolvente.
GAMEPLAY
Com uma atmosfera envolta em mistério, a gameplay não oferece qualquer tipo de mapa (seja indicativo ou de dimensão), deixando o jogador em constante sensação de descoberta, incerteza e, em certos momentos, até de desorientação. Foi o que aconteceu comigo a partir da terceira fase (andando repetidas vezes pelas mesmas áreas sem saber ao certo para onde seguir) enquanto somos guiados por sinos de vento (10 em cada fase) que revelam fragmentos da narrativa e mostram a voz de um personagem misterioso e que sabe mais do protagonista do que ele próprio, nos instigando a explorar mais e mais o jogo, pois apenas com os sinos que poderemos saber mais da história.
Não me levem a mal: os sinos são uma ideia genial para revelar fragmentos da história do personagem e nos conduzir à gameplay. Porém, a ausência de um mapa que indique, ao menos, as áreas onde os puzzles (essenciais para avançar em cada fase) devem ser resolvidos acaba nos fazendo rodar em círculos pelo cenário, até que o cansaço nos vença, porém com certeza atrairá de maneira mais certeira um público-alvo que gostem de explorar 100% os jogos.
Com The Drifter e fases do jogo sendo inteiramente de partículas, os fragmentos descobertos permitem com que conheçamos mais a fundo o protagonista e a história do game num geral, seja andando, pulando, dando impulsos, se transformando num cometa ou até mesmo numa explosão que torna o personagem transparente momentaneamente, podendo usar tudo isso para manipular as partículas, acessar áreas secretas, explorar seus ambientes e superar quebras-cabeças que variam de desafios de perspectiva (como alinhar partículas num ângulo exato para formar imagens ocultas), quebra-cabeças de lógica e memória (como reorganizar imagens de acordo com padrões descobertos em outras áreas, algo que se repete ao longo do jogo, mas que vão se tornando cada vez mais complexos) ou até mesmo pisar em botões para surgir escadas, ativar pontes giratórias, entre outros.Tendo cada fase feita para ser explorada livremente e como o player desejar, sem limitar o jogador a um único caminho ou solução, vivemos numa história onde a linha entre amigo e inimigo nos fazem duvidar sobre quem podemos confiar, com criaturas de aparências hostis podendo ser amigáveis, ou o contrário, enquanto eles podem nos ajudar a entender mais a história e nossa missão neste mundo, algo semelhante a jogos como Ico e Shadow Of The Colossus, dois nomes que certamente serviram de grande inspiração para os desenvolvedores...
Sobre os inimigos, o maior deles pode ser nós mesmos, pois qualquer errinho de pulo (algo que aconteceu BASTANTE comigo) pode nos custar a morte e, consequentemente, o jogo retornando desde o início das fases onde os puzzles estão presentes, sem ter um checkpoint generoso e podendo proporcionar longas horas de jogatina.
ESTÉTICA VISUAL E SONORA
O resultado é uma ambientação surreal e que torna a exploração um espetáculo por si só, culminando numa experiência que prende tanto pela jogabilidade quanto pelo impacto artístico, algo que dificilmente passa despercebido por quem aprecia jogos narrativos ou puzzles que oferecem mais do que simples desafios mecânicos.
TROFÉUS
Com 30 troféus (incluindo a platina), eles podem ser conquistados terminando as fases (8 no total), coletando todos os sinos, afogando 10x, aprendendo todas as habilidades, entre outros. Podendo ser considerado relativamente fácil, até a conclusão dessa matéria 25% dos players conquistaram a platina no PSN Trophies.
CONCLUSÃO
Particle Hearts mescla o puzzle de plataforma 3D com mistério e resulta numa experiência própria. Sua atmosfera enigmática se soma à direção artística marcante e à narrativa fragmentada, criando uma jornada que convida o jogador a explorar mundos de beleza surreal enquanto busca peças para compreender o todo.
Os sinos, que substituem o mapa por completo e revelam a história, dão um charme especial à exploração, mas é algo que, ao mesmo tempo, dificulta a gameplay, nos fazendo muitas andar em looping sem encontrar as áreas dos puzzles que permitem avançar de fase (obtendo ou não os sinos), mas certamente é um jogo que tem seu público-alvo, somando isso com os checkpoints nada generosos nas áreas onde estão os puzzles, proporcionando com certeza muitas horas de jogatina.
A cópia digital do jogo foi disponibilizada para fins de review, feito diretamente do Playstation 5 (adquira aqui) e também está disponível na Steam, Xbox Series e Nintendo Switch.





