Diante de uma plateia de 45.000 pessoas, no Allianz Parque, em São Paulo, Ney Matogrosso é ovacionado. Ele contempla a multidão; e a frase “pela ousadia de ser livre” encerra a cinebiografia Homem com H, sucesso de crítica e de público que mergulha na vida e na obra de uma das figuras mais instigantes e talentosas da música brasileira. Fica um gosto de quero mais. E a boa notícia é que o pedido de bis será atendido. Ney Matogrosso confirma uma nova apresentação do show Bloco na Rua no Allianz Parque, no dia 21 de dezembro. Trata-se de uma oportunidade para fãs de longa data testemunharem a performance de um artista, que, aos 84 anos de idade, desafia os limites do corpo, da voz e do movimento de forma hipnotizante. Mas é também a chance de um público recém-chegado pelo impacto de Homem com H – dirigido por Esmir Filho, protagonizado por Jesuíta Barbosa e responsável por levar 600.000 pessoas às salas de cinema – ver, pela primeira vez ao vivo, o fenômeno chamado Ney Matogrosso. A venda de ingressos terá início no dia 22 de agosto, às 14h, pelo site da Eventim (acesse aqui).
Ney Matogrosso leva para o palco tudo o que foi visto nas telas com Homem com H (e mais): a energia, as coreografias, os figurinos e um repertório que costura a sua carreira. A música “Sangue Latino” brinda aqueles que começaram a acompanhar o artista nos tempos de Secos & Molhados, nos idos dos anos 1970; enquanto algumas composições de outros artistas atestam o brilhantismo que ele dá às interpretações, como se as letras tivessem saído de próprio punho – tamanha a intensidade que dá a elas. É o caso de “Poema”, de Cazuza; “Roendo as Unhas", de Paulinho da Viola; e “Yolanda", de Chico Buarque.
Um espetáculo de Ney Matogrosso em um estádio confere a grandiosidade que a obra dele requer. Isso porque os telões, o jogo de luzes e toda a produção são capazes de exponencializar a experiência do público presente. Não à toa, as imagens do show que o cantor fez no ano passado, no mesmo Allianz Parque, foram escolhidas para encerrar a cinebiografia Homem com H. Àquela altura, o jornal Folha de São Paulo afirmou: “Sua voz continua uma força da natureza e a performance física é impressionante sob qualquer aspecto, em uma hora e meia de show”. E complementou: “Não é apenas questão de fôlego ou explosão muscular, como faz o saltitante Mick Jagger, outro exemplo de longevidade. O corpo de Ney é um instrumento de atuação, que se contrai e se distende. Falar que ele canta com o corpo não é uma frase de efeito, é a melhor definição de sua coreografia solitária”.
Sempre atento aos sinais, Ney Matogrosso costuma renovar o repertório das suas apresentações, incluindo novas canções aqui e ali. A apresentação de 2024 no estádio não contou com Homem com H e os fãs foram embora do local cantando a música em uníssono. Dessa vez, a ocasião pede… pela ousadia de ser livre.





