Em 22 de agosto de 1965, estreava na TV Record o programa “Jovem Guarda”, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. O espaço não apenas lançou um movimento musical, como também marcou toda uma geração que, pela primeira vez, via seu estilo, comportamento e voz refletidos na TV e na música.
O nome “Jovem Guarda” simbolizava a efervescência de uma juventude que lotava o teatro onde o programa era gravado e, em menos de três meses, já contabilizava mais de 3 milhões de espectadores apenas em São Paulo. Inspirados nos Beatles, Roberto e Erasmo usavam ternos sem gola e cabelos que, para a época, eram considerados ousados. Enquanto isso, a plateia respondia com gritos que se tornaram bordões: “Ei, ei, ei, Roberto é nosso Rei!” ou “Asa, Asa, Asa, Roberto é uma Brasa!”.
O programa permaneceu no ar até 1968, popularizando o iê-iê-iê, versão brasileira do rock, com letras românticas, leves e cheias de frescor juvenil. As gravações reuniam plateias vibrantes, que cantavam em coro canções que mais tarde se tornariam clássicos da música nacional.
Agora, em 2025, os 60 anos da Jovem Guarda são celebrados com uma série de ações especiais. A Sony Music e a Som Livre lançam uma campanha que resgata clássicos imortalizados por seus principais intérpretes, incluindo playlists temáticas nas plataformas digitais e ativações com influenciadores nas redes sociais.
A playlist “Roberto Carlos - Jovem Guarda”, disponível no perfil do cantor no Spotify e Deezer, reúne sucessos remasterizados como “É Proibido Fumar”, “Parei na Contramão”, “Calhambeque”, “Eu Sou Terrível” e “Namoradinha de Um Amigo Meu”. Também ganham destaque músicas marcantes de Erasmo Carlos, como “Festa de Arromba” e “Gatinha Manhosa”, além de sucessos de Wanderléa, entre eles “Pare o Casamento” e “Prova de Fogo”.
As homenagens continuam em 5 de setembro, quando a Sony Music lança uma coleção de álbuns de Erasmo Carlos totalmente remasterizados e com novos remixes. O trabalho tem curadoria de Marcelo Froes e engenharia de som de João Antonio Franz, trazendo nova vida a registros históricos do Tremendão. “A Jovem Guarda, mais que um movimento, foi um momento da música brasileira em que o jovem passou a se interessar em comprar discos e consumir seus ídolos em filmes, programas de auditório e revistas. Felizmente, conseguimos recuperar as sessões originais dos anos 60, e agora é a hora de relançá-las”, explica Froes.
Entre os títulos que chegam às plataformas estão “A Pescaria”, “Você Me Acende”, “Erasmo Carlos 1967”, “O Tremendão”, “Erasmo 1968” e “Erasmo Carlos e os Tremendões”.
Mais do que uma celebração nostálgica, os 60 anos da Jovem Guarda reafirmam a força de um movimento que mudou a forma como o Brasil entendia juventude, música e cultura pop.





