COBERTURA - Monsters of Rock: mostrando a força dos grandes


No dia 19 de abril de 2025 tivemos mais uma edição do já consolidado festival Monsters of Rock comemorando seus 30 anos de existência no Allianz Parque e mostrou mais uma vez porque é um dos nomes mais fortes dentre os festivais do estilo no país.


Texto: @filipestress
Fotos: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Bem antes da abertura dos portões era possível ver a grande quantidade de fãs que chegaram cedo para prestigiar o evento, algumas filas de formaram mas nada fora do comum e assim que a entrada passou a ser liberada rapidamente o público pôde entrar no estádio.

A abertura do evento ficou por conta dos finlandeses do Stratovarius, velhos conhecidos do público brasileiro e que fizeram um ótimo show, misturando clássicos e músicas mais recentes do vasto catálogo da banda. 

Mesmo depois de 40 anos eles não parecem querer desacelerar, as trocas de formação durante sua trajetória ajudou a manter a energia da banda pra cima porém sem perder sua essência e carisma tão conhecidos. Apesar do horário (e do forte sol) várias pessoas já estavam presentes e cantaram as músicas junto a banda, principalmente o clássico ”Hunting High and Low” que fez o estádio inteiro cantar no refrão. Todos estavam bem a vontade no palco e souberam fazer um ótimo show.

Logo em seguida a banda mais jovem (formados em 1990) do cast subiu ao palco, Opeth. Apesar de ser a mais nova e de estilo mais diferente, agradou bastante o público presente com suas guitarras pesadas e vocais rasgados contrastando com momentos mais tranquilos e interlúdios mais longos, dando um ótimo equilíbrio e também conquistando novos fãs curiosos. 

O vocalista Mikael Åkerfeldt esbanjou carisma e conduziu o show de forma tranquila. Uma curiosidade mencionada durante o show é que o primeiro baterista da banda é de origem brasileira, o que, segundo Mikael, faz ser sempre especial tocar no nosso país.

O Queensrÿche foi a terceira banda a se apresentar, e trouxe um som fortíssimo, cheio de peso, melodias e cadências que são características da banda. O vocalista Todd La Torre foi um dos grandes destaques, com sua voz cheia de força e controle. 

O setlist foi recheado de clássicos e focado em músicas mais agitadas, pois “Silent Lucidity”, talvez a música de mais apelo e mais conhecida da banda no Brasil, não foi tocada. Durante o meio do show já era notado um grande aumento do público já presente.

Um show muito esperado era o do Savatage, a banda passou por um hiato de uma década e o público não decepcionou quando a banda subiu ao palco. 

Com quase um dream team em sua formação (Zak Stevens, Jon Oliva {com participação emocionante em vídeo} e Al Pitreli), foi talvez o show mais emotivo da noite e esperamos que a banda não fique tanto tempo assim fora dos palcos pois é uma banda muito querida e que sempre entrega muito, uma pena ter tido vários hiatos e agora a mais recente doença de Jon Oliva, o grande idealizador da banda ao lado de seu irmão, Criss, infelizmente já falecido e que foi lembrado no telão. Inclusive durante o evento um vídeo era apresentado mostrando vários ícones da música pesada que já nos deixaram, incluindo brasileiros como André Matos.

Em seguida o Europe se apresentou, mostrando uma banda completamente em forma, cheia de carisma e energia no palco. 

O setlist foi muito bem escolhido equilibrando suas músicas mais rápidas e pesadas porém sem deixar de lado alguns dos vários clássicos da banda. A banda teve um bom tempo de palco (diferente de outras aparições anteriores em São Paulo) e soube aproveitar ao máximo, Joey Tempest se mostrou muito feliz e esbanjou carisma com o público. 

Ao encerrar com “The Final Countdown” era impossível de se ver uma só pessoa sem cantar, pular ou expressar qualquer reação.

Já noite adentro o Judas Priest sobe ao palco para entregar uma aula de heavy metal, o que dizer de Rob Halford? Que execução! Com uma voz cristalina, intacta, a banda completamente em sinergia com o público e uma produção de palco e luz que sabia valorizar cada momento do espetáculo que foi apresentado. 

Iniciando com “Panic Attack” do já clássico Invincible Shield, passando pela sua vasta discografia e encerrando com a clássica Painkiller e depois voltando ao palco, no já famoso ritual em que Rob dirige sua moto, para tocar “Electric Eye”, “Hell Bent for Leather” e então aí sim acabar de forma festiva (e já deixando saudades) com “Living After Midnight”, o Judas Priest mostrou que a coroa do heavy metal ainda é e vai ser deles por um bom tempo.

Para fechar a noite, tivemos o Scorpions executando um show impecável, com um setlist bem variado que foi desde as baladas as músicas mais festivas e também passando um pouco pela fase mais pesada da banda. A adição de Mikkey Dee (que inclusive teve um solo de bateria) na última década trouxe uma nova energia e peso para a banda. 

Num show de uma banda como o Scorpions fica impossível não sentirmos falta de alguma música, porém o setlist foi selecionado de uma forma muito inteligente e ninguém saiu insatisfeito, souberam fechar o festival com chave de ouro e uma sensação de que esses dias são tão especiais que parecem um sonho do qual não gostaríamos de acordar.

Em resumo, o Monsters of Rock mais entregou um dia mágico para os lá presentes, com bandas de peso e uma produção impecável. A chuva que caiu de forma tímida durante alguns momentos das últimas bandas trouxe um ar melancólico, mas quem sabe esperançoso de que não demoraremos a ter novamente um dia tão especial quanto foi esse sábado em São Paulo. 

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