São Paulo recebe noite incrível com os ícones do death e black metal: Hypocrisy e Samael

Texto: Filipe Moriarty



Fotos: @jessicamarinhophoto

O dia 11 de dezembro de 2022 ficará marcado como o fim de uma espera de 8 anos; pois finalmente o HYPOCRISY, um dos pilares do Death Metal Europeu,  acompanhados das lendas do Black Death Samael tocaram em nosso país, em São Paulo, na Audio Club em única e magnifica noite de Death Metal.

CARNIÇAL
Instantes antes dos monstros entrarem em cena foi as 17h, que a banda Carniçal, de Nova Odessa, no interior de São Paulo, formado por Felipe “Sombra” Rocha (bateria) e João “Mortificado” Siqueira (baixo/vocais) subiu ao palco do Audio Club dando inicio ao evento, com um set curtíssimo.

Infelizmente com pouco a se mostrar, o grupo que viralizou nas redes sociais foi motivo de muito nariz torcido e surpresas. A plateia ainda era mínima até então, visto que muitos estavam entrando (E muitos nem sabiam da escalação da banda para a abertura, visto que seu nome constou no cartaz de maneira microscópica). Tocaram músicas de seu único EP e fecharam de forma tímida, agradecidos pela oportunidade. No final, o saldo foi positivo para o grupo que tem pouco tempo de vida, mas conquistou um espaço que muitas outras bandas mais empenhadas tanto desejam, afinal, tocar ao lado de lendas como Hypocrisy e Samael...não é para qualquer um..


HYPOCRISY
Por se tratar de um domingo, tudo aconteceu muito cedo, por volta de 19h30 o Hypocrisy já estava adentrando aos palcos. Trazendo turnê do álbum Worship, o 13º álbum da carreira, lançado no ano passado o grupo que hoje é formado por Peter Tägtgren (Guitarra e vocals), Mikael Hedlund (baixo), Tomas Elofsson (Guitarras) e Henrik Axelsson(Bateria) já tocou de cara a faixa "Worship", a qual abre o disco.  Em seguida veio 'Fire in the Sky" do EP "Into the Abyss" e "Mind Corruption" vinda do álbum "Fourth Dimension".

Os fãs puderam presenciar também faixas como "Eraser" do clássico "The Arrival"- faixa que colocou a Audio Clube abaixo, pois é considerada um marco absoluto entre os fãs "Old School" e os mais novos fãs que conheceram o Hypocrisy já na sua era 'Xenomorfa'. O grupo passou por "Until The End" de 1999 e "Inferior Devoties" do lendário album "Osculum Obscenum".


A banda então avança novamente em sua cronologia para executar  "Chemical Whore" do novo album "Worship", e insere 'Don't Judge Me" no setlist faixa do renegado Catch 22" de 2002. Tocaram também "End of Disclosure" do álbum de mesmo nome de 2013, album que foi conhecido por ser o ultimo após um hiato de quase 4 anos sem nenhum lançamentos inéditos do grupo. Até então o grupo tinha lançado somente o "A taste of Extreme Divinity" e foi uma faixa deste álbum que se seguiu o setlist; "Weed Out The Weak", que dilacerou as cabeças da plateia novamente.

"Children Of The Gray"(Worship) foi o marco da metade do show, seguida de "Warpath" do Album "Virus" e Final Chapter", faixa essa que consta no albúm "Final Chapter" de 1997 e marca o fim da era "Old School" do Hypocrisy (alguns acreditam que esse fim veio em Äbducted do ano anterior...).

Após a execução de "Final Champter" o grupo deixa os palcos, mas , poucos minutos depois voltam em meio a um coro da multidão que gritava incessantemente "hypo-crisy,hypo-crisy,hypo-crisy!!". Executaram por fim "Fractured Millenium" de 1999 e "Impotent God" do lendário "Penetralia".(aqui até a  "velha guarda"do Death Metal saiu de suas poses e agitou incessantemente. 

Por fim, os gigantes encerraram sua apresentação com uma dobradinha de "Adjusting The Sun"(Final Champter) e "Roswell47' uma das faixas mais conhecidas do grupo e vinda do album Abducted. O Hypocrisy é uma referência do metal extremo e esse show só comprova o titulo. 



SAMAEL
A segunda metade do evento ficou por parte da lenda controversas do Black  Metal, o Samael que iniciou sua jornada como um grupo de Black Metal, mas que com o tempo foi incorporando cada vez mais elementos eletrônicos e industriais e Death Metal em seu som, que trouxeram identidade irrefutável ao grupo. Worship Him (91), Blood Ritual (92) e o brutal Ceremony of Opposites (94) são marcos no cenário e após uma década, esta foi a segunda visita do grupo suíço ao Brasil.

Subindo ao palco as 20h30, o grupo iniciou sua apresentação com "Rain" do album "Passage", e foi então que o vocalista Michel Locher (Vocais, Guitarra) anunciou em um portunhol excelentemente compreensível que iriam tocar o álbum na integra, então passaram por "Shining Kingdom", "Angels'Decay", "My Saviour", "Jupiterian Vibe" todas as 10 faixas foram tocado na ordem do disco, então Michael deixa o palco pela Primera vez, para sinalizar o fim da primeira parte do show. Minutos depois Michel, Ales Campanelli (Baixo),Thomas Betrisey (Guitarra), Alexandre Locher (Bateria, Teclados) retornam para executar Samael do álbum Hegemony de 2017 e "Luxferre" do album Lux Mundi de 2011.

Michel ou Vorph, como é mais conhecido, interagia de forma muito gentil e familiar com o público, e sempre com aquele portunhol que mais parecia um gringo que já morara no Brasil, algo que me chamou atenção e me fez posteriormente procurar sobre - ainda sem sucesso com essa informação.-


De forma calorosa, nem parecia que essa era somente a segunda vez que o grupo pisara em terras brasileiras. Quando "Son of Earth" iniciou Vorph colocou o público em delírio absoluto, sendo do "Ceremony of Opposites" o público mais tradicional vibrou como se o show tivesse começado ali. Afinal, assim como esses, eu também não me familiarizo com "Passage" e sou mais devoto dos 3 primeiros álbuns. Em seguida, "Until The Chaos" do maravilhoso "Blood Ritual"foi evocada e todos os presentes balançaram suas cabeças em ritmo cadenciado, como é a canção, que prefere arriscar numa especie de Death mais lento que o normal das faixas do Samael. 

Dando inicio a reta final do show, aqui já estamos na decima sexta musica do extenso setlist de vinte musicas, é evocado "Infra Galaxia", carregada da nova aura do Samael, a canção nem parece Black Metal e sim um Merlyn Manson cem mil vezes melhorado. É interessante ver a dissonância que essa canção causa no setlist, a mesma estranheza se tem com "Reign of Light" de 2004 do álbum de mesmo nome, mas isso não tirou o clima do público que agitou a cada segundo, e ainda mais na volta do álbum "Ceremony of Opposites" ao executarem "Baphomet's Throne" e "Into the Pentagram" do "Worship Him" duas faixa que o publico aguardava insessantemente, canções que pertencem a fase clássica do grupo. Após essa injeção de brutalidade e êxtase, o grupo encerrou sua apresentação com Slavocracy - a ultima canção e consagração da fase moderna do grupo, vinda do album de 2007 "Solar Soul". 
 
 Que evento incrível, o metal extremo alcançou mais uma pagina na história, e os fãs presentes vai guardar na memória o ultimo dia 11 de dezembro. Como uma aula, certamente ficaremos órfãos dessa noite. Hypocrisy e Samael são bandas que muitos ali sonhavam em ver, e finalmente puderam realizar um sonho. Se você não pode comparecer, espero que esse texto lhe traga alguma noção dessa data, afinal. O amanhã é incerto! E as fronteiras do Infinito estão abertas ao novo! Quem sabe você não será o próximo a avistar o fogo no céu!?  


SETLIST HYPOCRISY:

1.Worship
2.Fire In The Sky
3.Mind Corruption
4.Eraser 
5.Inferior Devoties
6.Chemical Whore
7.Until The End
8.Don't Judge Me 
9.End of Disclosure
10.Weed Out The Weak
11.Children of the Gray
12.Warpath 
13.Final Chapter

14.Fraturei Millenium
15.Impotent God
16.Adjusting The Sun 
17.Roswell47



 SETLIST SAMAEL:
1.Rain 
2.Shining Kingdom
3.Angels'Decay
4.My Saviour
5.Jupiterian Vibe
6.The Ones Who Came Before
7.Liquid Soul 
8.Moonskin
9.Born Under Saturn
10.Chosen Race 
11.A Man In Your Head
12.Samael 
13.Luxferre
14.Son of Earth
15.Until The Chaos
16.Infra Galaxia
17.Reign of Light
18.Baphomet's Throne 
19.Into the Pentagram 
20.Slavorcracy

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.