CRÍTICA: O Homem Invisível. Suspense e metáfora

                                                            Dir: Leigh Whannel

Estreia hoje nos cinemas, O Homem Invisível. Terceiro longa de Leigh Whannel como diretor. Dono de um vasto currículo em Hollywood, em especial, filmes terror, Whannel surpreende com um roteiro absolutamente original. Após literalmente fugir de um relacionamento abusivo, Cecilia fica traumatizada e tem medo até de sair de casa. Duas semanas após sua fuga, ela recebe a notícia de que seu ex, Adrian cometeu suicídio. Porém ele deixa uma generosa quantia de herança para ex, sob a condição de que ela nunca fale nele, das atrocidades cometidas durante o namoro. Frágil e com pouca perspectiva para o futuro, a garota aceita a proposta.

Os dias vão passando e Cecilia, que agora mora com seu namorado e a filha dele, começa a testemunhar estranhos acontecimentos em casa e se convence de que é próprio Adrian que está por trás de tudo. Sem nenhuma pressa e recheado de cenas de tirar o fôlego, tais acontecimentos vão tomando proporções maiores dando cada vez mais convicção de que o ex não está morto. Mas, devido à falta de provas ninguém é capaz de acreditar em Cecilia. 

A atuação de Elisabeth Moss na pele da protagonista é de cair o queixo e todas as barbaridades cometidas pelo ex invisível para desmoralizar Cecilia são absolutamente realistas e críveis. Whannel ainda dá espaço de sobra para o roteiro criar uma ótima atmosfera de suspense psicológico e medo dando ainda mais ritmo para a história além de alguns plot-twists muito bem construído e usados na hora certa. Leigh Whannel também ja participou de diversas outras produções de suspense e terror como ator, e em Homem Invisível, ele mostra saber trabalhar habilidosamente com um dos gêneros mais difíceis da sétima arte. E mais importante que isso, sem apelar para o lado sobrenatural como fazem a maioria dos filmes atuais para justificar qualquer mistério.

O filme pode ainda servir como uma brilhante metáfora sobre relacionamentos abusivos e o quanto eles deixam marcas, muitas vezes eternas, em milhares de mulheres pelo mundo. O homem invisível pode ser visto como o ex que, apesar de não estar lá fisicamente, está sempre assombrando as memórias da vítima. E mesmo essa camada de interpretação é sutil, pois o longa, em momento algum perde seu fluxo ou mesmo seu objetivo. E talvez esse seja o elemento que torne O Homem Invisível um filme necessários aos olhos.
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