One True Reason mostra resistência da Ouvidor 63


A arte resiliente é a resistência pujante da Ouvidor 63, a maior ocupação artística da América Latina, em um prédio de 13 andares na cidade de São Paulo. As diferentes manifestações artísticas que lá pulsam pelas mãos, palavras e expressões de distintos artistas, dialogam com o hardcore consistente e consciente do One True Reason por meio da música ‘Reprisal’ neste videoclipe/mini-doc, que pode ser conferido no clipe.


‘Reprisal’ é uma emblemática faixa de ‘Defiance’, o terceiro disco do One True Reason em 15 anos de carreira, lançado no primeiro semestre do ano em streaming pela Artico Music e em CD numa parceria entre Artico, Seven Eight Life Recordings e Crecer Records. A palavra, traduzida ao português, significa represália, e justifica o nome com um hardcore de contra-ataque, uma reação contra as tantas formas de preconceito, do fascismo ao xenofobismo e a exclusão social.
O conceito da música encontra terreno na Ouvidor 63. Nas partes em que se comunica em forma de mini-documentário, os residentes falam sobre as respectivas represálias por meio da arte, e como se mostram ao mundo com aquilo que instituem como arte de ataque, arte de resistência. A produção é intercalada com cenas da banda tocando no interior do prédio na capital paulista.
Ocupada há mais de 4 anos, a Ouvidor 63 se mantém firme graças aos esforços dos residentes, que são pintores, grafiteiros, circenses, artistas plásticos, fotógrafos, músicos e performances. Pessoas do Brasil inteiro e de vários países da América Latina transformam um prédio que estava abandonado do centro de São Paulo em um centro cultural de 13 andares.
A produção do clipe/mini-doc, assinada pela Etcetera Produções, começou a ganhar forma ainda em abril deste ano, próximo ao lançamento do álbum ‘Defiance’. “Conhecemos a ocupação Ouvidor 63 por meio de um amigo nosso que estava participando como facilitador em um dos laboratórios de música que rolam lá”, revela Diego Gringo, o vocalista da One True Reason.
Cada um dos 13 andares do prédio ocupado é administrado por diferentes coletivos artísticos, um mundo de expressões culturais viscerais e contestadoras. “Tem tudo a ver com o conceito de ‘Defiance’ e o que queremos dizer com forte resistência e desobediência à ordem imposta, ao conformismo padronização e submissão”, continua Diego, que ressalta a ajuda essencial do responsável do terceiro andar, Luis Só, músico, artista plástico e um dos precursores da ocupação como pela chave que fez tudo acontecer.
O trágico incêndio e o desabamento da ocupação Largo Paissandú, também no centro de São Paulo, em maio, quase minou o projeto audiovisual de ‘Reprisal’, conta Diego. “Todas as ocupações do centro de São Paulo ficaram na mira da mídia e da Prefeitura municipal. A grande mídia se encarregou de tornar as ocupações as vilãs e colocar a população contra elas, tornando assim mais fácil realizar as reintegrações de posse”. Por fim, tudo fluiu em agosto e a produção vingou. Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito!


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