Longe dos 7,8 mil que assistiram The Libertines ano passado, o Cine Joia teve um público considerado bom no único setor aberto da casa, já que o camarote não esteve disponível para venda. Antes de abrir o Cine Joia, às 20h, diversas pessoas já aguardavam na fila, adotando o mesmo estilo visual de Pete Doherty.
Com o show marcado para às 22h, 15 minutos antes o guitarrista da banda tocou algumas músicas, recitou poema, arriscou algumas palavras em Português e já anunciou que o show principal iria começar. Apesar do anúncio, 20 minutos foi o tempo de espera entre a abertura não anunciada e os primeiros acordes de Pete Doherty em São Paulo.
Falando na banda, mesmo com todos os membros, Katia tirava o foco de Pete por muitas vezes, quando executava notas no teclado, escaleta, pandeiro e até mesmo gaita, também tocada por Pete, fazendo ele pensar e tentar sintonizar sua viagem em cima do palco, com a viagem da banda.
Do Libertines, músicas como What Katie Did, You're My Waterloo, Kolly Kibber e Don't Look Back Into the Sun estiveram no repertório. Antes dessa última citada, foi uma longa espera, já que com 1h05 de show ele saiu do palco e demorou 15 minutos para voltar ao show, fazendo com que muitas pessoas, que já conheciam seu histórico, pensasse que ele não voltaria mais.
Mas ele voltou, por volta das 22h40 trouxe What A Master, mais um sucesso do Libertines e outras músicas, como Fuck Forever, momento que ele pulou do palco, deu beijo en]m fãs, atendeu pedidos de autógrafos, público foi parar em cima do palco, tudo isso com show rolando e mostrando que Pete fez tudo que queria fazer.
Muitos disseram ter pouca música, falaram do atraso, demora para o BIS e dele ter se jogado do palco e ficado por minutos no chão... Mas nada de anormal para quem é conhecido como garoto problema do Reino Unido. Ele mostrou toda sua rebeldia e, se por um lado ele ignorou e decepcionou parte do público, por outro ele fez o que queria de fato, cantando e tocando como quisesse, entrando e saindo do palco a hora que quisesse, cantando as músicas que quisessem, usando os instrumentos que quisesse, sem seguir algo pré-estabelecido, mostrando, em uma geração "nutella", que ainda existem rockers mau-exemplos e "raiz".
Certamente esse foi um show que será lembrado no futuro, de um modo ruim ou de um modo bom.
Vídeo com trechos do show: