Produtoras se unem contra meia - entrada

Paul McCartney já veio ao Brasil por três anos seguidos: 2010,2011 e 2012

2009 e 2012, o Brasil viveu (e vive) um crescimento notável (e desenfreado) de shows internacionais no país. Como o clima de São Paulo, a mudança no fluxo de bandas renomadas mundialmente duplicou do dia para a noite, causando euforia entre os fãs brasileiros, que puderam acompanhar seus grandes ídolos de perto, em muitos casos, até mais de uma vez.

Mas, como tudo aquilo que surge do nada, uma hora entra em seu período de crise. E é exatamente isso o que acontece agora. Com os recentes e constantes cancelamentos (adiamentos) de grupos como Coldplay, Black Label Society e Sublime With Rome, além de turnês visivelmente fracassadas, como a da Lady Gaga (vendeu menos de 50% dos ingressos para o show do Rio), o Brasil passa por um momento preocupante em sua demanda de shows. E quem sofre com isso? Você, consumidor.

Em uma tentativa de reverter os déficits de lucros dos últimos anos, fortes produtoras como Geo Eventos e T4F, estão se unindo a favor da redução da quantidade de meia-entrada pois, segundo eles, muitas pessoas pagando metade do preço faz com que os preços dos ingressos subam, a oferta de público seja pouca e, consequentemente, os nomes internacionais se desanimam a vir. Afinal, imagine o vexame de vir para o Brasil, conhecido pelo grande público, e fazer um show relativamente ‘vazio’?

Engana-se quem pensa que toda a culpa é das produtoras. No Lollapalooza, por exemplo, cerca de 90% das entradas são destinadas a portadores do benefício de ‘pagar meia’. Sem contar os que falsificam documentos em busca de brechas ilegais. Isso tudo gera um grande prejuízo a Geo Eventos, produtora oficial do festival, ligada a Rede Globo, que é forçada a jogar a falta de lucro para o preço dos ingressos, fazendo com que eles cheguem ao preço absurdo que vemos hoje.

Isso tudo porque o governo não arca com custos de eventos gerenciados por produtoras particulares. Ou seja, cai tudo no bolso das produtoras. Mas, se a lei é nacional e pública, não tornaria a venda de ingressos, ao menos, um evento público? É o que diz o presidente da Geo Eventos, Leo Ganem, em recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo: “As empresas de entretenimento ao vivo não estão se unindo porque se amam, mas porque precisam se fortalecer em conjunto. Com a meia-entrada, o Estado faz política pública com dinheiro privado.”

A conclusão é: em briga de interesses, o público paga o pato. Seja no dinheiro, ou na falta de atrações. Ninguém colabora.


fonte: Reduto do Rock

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