Def Leppard e Aerosmith mostram o melhor do hard rock em 3ª noite de São Paulo Trip


Se há uma coisa que podemos dizer sobre o mês de Setembro é, que, no quesito musical, paulistas e cariocas - principalmente - não podem reclamar. 
Nas duas últimas semanas tivemos o Rock in Rio e a São Paulo Trip, que chega ao final amanhã, com os shows do Guns n' Roses, Alice Cooper e Tyler Bryant & The Shakedown.

No últino domingo tivemos uma aula do bom e velho hard rock, com os mestres Def Leppard e os elegantemente extravagantes Aerosmith.


Antecipando o horário da apresentação em alguns minutos, os ingleses do Def Leppard formado por Joe Elliott (vocal), Phil Collen (guitarra), Rick Allen (baterista), Rick Savage (baixo) e Vivian Campbell (guitarra), iniciaram a performance mais oitentista que o público poderia ver no festival. Joe é um incrível maestro, performático, que guiou a apresentação do início ao fim, apresentando os músicos, dançando, jogando o pedestal com o microfone para cima e interagindo com o público, que infelizmente reagia de maneira morna a um dos grandes representantes do movimento New Wave of British Heavy Metal, das décadas de 70 e 80.


Foto: @gdltudosobremusica
A banda trouxe diversos sucessos que, por mais que a plateia não ligasse os sucessos à banda, boa parte do público cantava junto. Os sucessos Love Bites, Pour Some Sugar On Me, Hysteria, Rock Of Ages, Man EnoughRocket e Bringin' On The Heartbreak foram bem recebidas por todos.


Phil Collen / Foto: @gdltudosobremusica
O destaque da noite talvez fique por conta do instrumental presente em Switch 625, onde o baterista, Rick Allen, brilhou junto a Rick Savage. Rick sofreu um acidente de carro em 1984, que resultou, infelizmente, no amputamento de seu braço esquerdo, mas isso não o impediu de voltar a tocar. Como ele não aceitou a ideia de parar tão cedo, criou um kit de bateria especial, para conseguir se posicionar para tocar apenas com o braço direito e, neste novo sistema, peças como a caixa, tons e surdo seriam tocados com o pé esquerdo, o que fez com que Rick desenvolvesse muito mais sua coordenação motora e os movimentos dos membros inferiores.


Foto: @gdltudosobremusica
Apesar de não nos trazer grandes novidades, a escolha foi excelente para aquecer as cordas vocais e para dançar um pouco. A própria banda nos apresenta um saudosismo extremo, quando, por exemplo, executavam Hysteria e passavam imagens de shows, lançamentos e fotos antigas, mostrando o auge da banda. O que nos deixa satisfeito, é que por mais que eles tenham completado seus 40 anos de estrada, eles ainda continuam em perfeita forma, tocando de maneira segura e embalando muitos corações.

O setlist completo:

Let's Go
Animal
Let It Go
Love Bites
Armageddon it
Man Enough
Rocket
Bringin' on The Heartbreak
Switch 625
Hysteria
Let's Get Rocked
Pour Some Sugar On Me
Rock Of Ages
Photograph

E se os ingleses começaram a apresentação alguns minutos antes, The Bad Boys from Boston atrasaram a apresentação em 30 minutos. Em alguns momentos, achei que fosse de propósito, para aumentar a ansiedade dos fãs após enérgica apresentação no Rock in Rio. Apesar da demora, os fãs não reclamaram tanto e logo ficaram satisfeitos quando começaram a passar o vídeos de abertura da turnê Aero-Verdeci Baby! e, em seguida, os primeiros acordes de Let The Music Do The Talking começaram, com Steven Tyler chegando de modo extravagante, quase como de surpresa, para um público que foi a loucura.


Dificilmente não exclamar a cada movimento de Steven, Joe Perry (guitarra), Brad Whitford (guitarra), Joey Krimer (bateria) e Tom Hamilton (baixo), que visivelmente estavam satisfeitos de estarem novamente em São Paulo. 



Foto: @gdltudosobremusica
Com sucesso atrás de sucesso, público animado e receptivo, este era um show que não tinha o que dar errado - e não deu, apesar do atraso. Passando por diversos álbuns, os pontos altos da noite ficam por conta de Cryin', Livin' On The Edge, Crazy, I Don't Want to Miss a Thing, Come Together (um cover muito bem executado de Beatles), Dude e Dream On.


Foto: @gdltudosobremusica
Steven estava bem simpático e interagiu com diversas pessoas na plateia e até foi atacado por uma fã no palco - o que ele não achou nenhum pouco ruim. Com muitos elogios ao público tanto de Steven como de Joe, e algumas palavras em português como "E aí, meu?!", "Vocês são fodas!" e "Cadê as minas?", mesmo cansados, a banda soube animar o público e mantê-lo agitado. 




Alguns momentos talvez tenham sido perdidos pelo público, que ficou morno quando Joe Perry assumiu os vocais para cantar Stop Messin' Around e Oh Well, ambos covers do Fleetwood Mac e quando na reta final do show, eles executaram um cover de James Brown, Mother Popcorn, que não fez os fãs dançarem tanto como o esperando com o swing presente nas músicas de Brown.


Com um final agitado, marcado pela música Walk This Way, muita fumaça, papel picado e agradecimentos, com a mensagem: "São Paulo, você é o número 1", no telão pareceu satisfazer os fãs, que não acreditam que este tenha sido o último show da banda, já que a despedida em si não parece real. Eles ainda têm muita energia, gingado e criatividade pra continuar por mais 10 anos, no mínimo. Talvez o fim do Aerosmith nunca chegue de fato e a despedida seja interminável. Tomara.


O show contou com 15 músicas:

Let the Music Do the Talking
Love in an Elevator
Cryin'
Livin' on the Edge
Rag Doll
Stop Messin' Around (Fleetwood Mac cover)
Oh Well (Fleetwood Mac cover)
Crazy
I Don't Want to Miss a Thing
Mama Kin
Come Together (The Beatles cover)
Sweet Emotion
Dude (Looks Like a Lady)
Dream On
Mother Popcorn (James Brown cover)
Walk This Way


Foto: @gdltudosobremusica
Vídeo com trechos dos dois shows:



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