Preso desde 1969, serial killer Charles Manson se casará na prisão com jovem de 26 anos


O guru-assassino Charles Manson, 80, que cumpre prisão perpétua por sete homicídios -- incluindo o da atriz Sharon Tate -- se casará em breve com uma jovem de 26 anos.
"Obteve licença de matrimônio", confirmou à AFP uma porta-voz do Departamento de Prisões da Califórnia (CDCR, en inglês). A data do casamento ainda não foi fixada.

O documento matrimonial entre Manson e sua noiva, Afton Elaine Burton, foi emitido no dia 7 de novembro, segundo o site do condado de Kings, onde se encontra o centro penitenciário estatal de Corcoran, a 300 km de Los Angeles.
 


A imprensa americana afirma que Burton, originária de Illinois, descobriu os ideais de seu futuro marido quando era adolescente e que sua admiração por Manson a levou a morar nas proximidades de Corcoran para poder visitá-lo.
 


A mulher, que se faz chamar de "Star" (estrela, em inglês), disse à rede de televisão CNN em Agosto que já se sentia esposa de Manson.


Em entrevista à agência Associated Press, ela afirmou que acredita na inocência do marido e que esperar obter informações disponíveis apenas para parentes dos presos ao se tornar a "senhora Manson". 


Este será o terceiro matrimônio de Manson, que já foi casado com Jean Willis, entre 1955 e 1958, e com Candy Stevens, entre 1959 e 1963. 


Manson foi condenado à morte por liderar, em Agosto de 1969, o assassinato de sete pessoas, entre elas Sharon Tate, que na época era mulher do diretor Roman Polanski e estava grávida de oito meses.
 


A condenação à morte foi comutada para prisão perpétua quando se aboliu a pena capital no Estado da Califórnia, em 1972.


Charles Manson e os Beatles 


Charles dizia acreditar que iria acontecer uma grande guerra racial, onde os negros venceriam, mas encontrar-se-iam perdidos, porque eram inatamente incapazes de dominar. Nesse ano, os Beatles lançaram The Beatles, que ficou conhecido como “Álbum Branco”. O disco trazia canções como Revolution e Helter Skelter. Era o "sinal" para Manson e sua "família". A guerra deveria começar com crimes que deixassem os brancos realmente enfurecidos contra os negros. Charles e sua “família” escapariam escondendo-se no deserto. Charles havia entendido, por um livro religioso, que havia, no deserto, uma entrada para uma cidade de ouro. Após o fim da guerra, a Família Manson retornaria e assumiria o comando da situação. Charles era o “quinto anjo”. Os outros quatro? John, Paul, George e Ringo: os Beatles... Como os negros não iniciaram a guerra na data que Charles achou que começariam, ele percebeu que teria que ensinar a eles o que fazer.


Em 9 de agosto de 1969, um pequeno grupo de seguidores de Charles Manson invadiu uma casa alugada por Roman Polanski em Cielo Drive, 10050, Bel Air, assassinando sua esposa Sharon Tate — que estava grávida de oito meses — e mais quatro amigos do casal. Segundo a polícia de Los Angeles, na cena do crime grandes quantidades de drogas haviam sido encontradas. As vítimas foram baleadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, e o sangue delas foi usado para escrever mensagens nas paredes. Em uma delas foi escrito Pigs ("porcos", em inglês). Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Rosemary e Leno LaBianca, matando o casal. As mensagens escritas na parede da casa com o sangue das vítimas foram "Helter Skelter", "Death to pigs" e "Rise". Os assassinatos de Sharon Tate, seus amigos e do casal LaBianca por membros da "Família Manson" ficaram conhecidos como Caso Tate-LaBianca.


Segundo o promotor do caso, Vincent Bugliosi, os assassinatos tinham sido planejados por Charles Manson, apesar de ele não estar presente em nenhum dos dois casos. Bugliosi elaborou uma teoria chamada "Helter Skelter", onde o objetivo dos assassinatos seria começar uma guerra que, segundo ele, seria a maior já travada na Terra, denominada de "Helter Skelter". O nome corresponde ao título de uma música dos Beatles onde, segundo o promotor, havia uma enorme quantidade de mensagens subliminares que influenciaram as ideias de Manson. Seria uma guerra entre negros e brancos, em que os brancos seriam exterminados pelos negros. Nessa teoria, o assassinato dos famosos de Hollywood levariam a uma breve acusação de algum negro, fazendo com que os confrontos explodissem logo. Bugliosi afirmou que durante essa guerra, como Manson e sua "Família" eram todos brancos, planejavam esconder-se em um poço, supostamente denominado por Manson como "poço sem fundo", em algum lugar no deserto californiano, assim que a suposta guerra começasse. Após os conflitos, Manson e sua "Família" voltariam do deserto.


Helter Skelter



Nos Estados Unidos da América, o termo "Helter Skelter" não é muito conhecido. Charles Manson, dizia que a música "Helter Skelter" fazia profecias de uma apocalíptica guerra racial. No projeto "The Beatles Anthology" Paul disse: "Manson nos interpretou como ‘os quatro cavaleiros do Apocalipse.’ Eu ainda não entendo qual foi a jogada; é sobre a Bíblia, Revelação – Eu não li então eu não sei. Mas ele interpretou a coisa toda. Nós éramos os cavaleiros, Helter Skelter era a mensagem, e ele achou que podia sair e matar todos por aí."

Entre os dias 9 de agosto e 10 de agosto de 1969, a "família Manson" cometeu duas chacinas em Hollywood e escreveu nas paredes "Helter Skelter" com o sangue das vítimas. Durante o julgamento de seus crimes, em novembro de 1970, Manson explicou sua interpretação de "Helter Skelter" na corte: "Helter Skelter significa confusão. Literalmente. Não significa Guerra com ninguém. Não significa que eles irão matar outras pessoas. Apenas significa o que significa. Helter Skelter é confusão. Confusão está vindo rápido. Se você não vê que a confusão está vindo rápido, chame do que quiser. Não é minha conspiração, não é minha música. Eu escuto o que relato. Ela diz, ‘Apareça!’ ela diz, ‘Mate!’ Porque me culpar? Eu não escrevi a música. Eu não fui a pessoa que projetou isso na consciência das pessoas." 
John disse em entrevista a Rolling Stone em 1970: "Costumávamos tirar sarro disso ou daquilo, de uma maneira não ofensiva, do que um intelectual via na gente ou um símbolo da geração jovem veria algo nisso…" E sobre a canção, "… Mas eu não sei o que ‘Helter Skelter’ significava, pra mim era só barulho."

Fonte: AFP/UOL

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