CRÍTICA: Novos Mutantes é fraco, mas não decepciona

 


Finalmente, depois de sete longos meses longe das telonas estamos de volta. E o primeiro blockbuster pós-quarentena a dar as caras foi Novos Mutantes. O que é praticamente um milagre visto que o filme levou mais de dois anos para chegar devido à diversos adiamentos. Isso acabou criando uma expectativa absolutamente negativa em torno do no filme, seguido por uma anêmica campanha de marketing do filme. O que faz muita gente questionar se depois de tanto atraso e com os cinemas ainda vazios com capacidade reduzida o filme já deveria ter sido lançado.

Nos EUA, onde o longa estreou antes as críticas dividiram opinião. Pessoalmente o filme me surpreendeu. Não que o filme seja excelente, mas também não é de todo ruim. E aí começa a dualidade, que tive como palavra chave para as intenções do longa. Sim, é um filme da Marvel e, portanto, em termos técnicos, na categoria dos super-herois. Mas não em sua fórmula cotidiana que estamos acostumados.

Cinco jovens mutantes, após causarem acidentes, são levados à um instituto para supostamente aprenderem a controlar suas habilidades especiais. Danielle é a cabeça do grupo, mas sem ser a protagonista. Todos têm suas histórias, motivações, medos e um pequeno arco a ser completado. Nada de origens, grandes vilões buscando a dominação do mundo, ou mesmo cenas épicas de explosões recheados de efeitos gráficos. O longa se passa inteiramente no instituto, e as sequencias de ações são simples, mas criativas.

Uma das dualidades está no roteiro. Habilidoso em abordar um clima de suspense e medo em torno do segredo guardado pelo instituto, mas que flerta com um drama íntimo que faz dos super poderes uma metáfora sobre a puberdade e como os jovens lidam com seus sentimentos. Ou seja, Novos Mutantes se saí bem ao sair das fórmulas convencionais da Marvel.

Mas nem por isso os Mutantes deixam de dar suas tropeçadas. O longa contém clichês desnecessários, bem como soluções ridiculamente convenientes demais para alguns dos conflitos. Permeado de falas óbvias e uma lição de moral totalmente previsível, é fácil se perguntar como o estúdio que desbancou Avatar da 1ª posição de maior bilheteria do mundo foi capaz de errar em pontos pitorescos? Não à toa, o longa nem mesmo faz parte do MCU.

Depois de se perder na metade do 2º ato, o longa ainda deixa um gancho pra uma sequencia que muito duvidosamente irá acontecer. Os três méritos que o filme ainda chega a conquistar é pelo seu elenco que conta com Maisie Williams, a Arya Stark de GoT, Charlie Heaton de Stranger Things, e ainda os brasileiros Alice Braga e Henry Zaga. O fato de que para o bem ou para o mal, Novos Mutantes é um filme que excede as expectativas dos filmes que sofrem adiamentos excessivos tal como o Quarteto Fanástico de Josh Trank em 2015. E acorrentado à esse motivo, o terceiro mérito é que Novos Mutantes veio para aliviar o jejum das salonas depois de tanto tempo. É um prazer estar de volta.

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