A grande história por trás de "Creatures of the Night"


Amigos colecionadores, hoje trago o décimo álbum de estúdio da banda Kiss - o último pela gravadora Casablanca Records e também o último de Ace Frehley. Um disco super conhecido entre os amantes de rock'n'roll ou colecionadores, porém, poucos sabem sobre a história do álbum. Após as péssimas críticas dos últimos álbuns (“Dynasty”, “Unmasked” e “ Music from ‘The Elder’ “), que não atingiu uma boa repercussão, a banda precisava voltar á mídia. Atendendo a tendência musical da época, resolveram apostar no peso do Heavy Metal  – bandas como Iron Maiden, Judas Priest, Manowar estavam lançando discos super aclamados pela crítica no ano de 1982.

O Kiss convidou muitos músicos para gravar o disco e conseguir voltar aos holofotes – os músicos sabiam que não iriam entrar para a banda, a ideia era que participassem de alguma música ou trecho específico, exceto Bruce Kulick que participou e mais tarde se juntaria a banda -  porém, para evitar problemas nenhum deles foi creditado na capa do disco. Outro caso é a participação de “Space Ace” que foi apenas na capa do álbum e no clipe de “I Love It Loud”, pois o músico saiu da banda antes mesmo das gravações do disco, tudo por questões contratuais. A banda então contrata o guitarrista Vinnie Vicent que toca no disco, é co-autor de algumas faixas e saiu em turnê com a banda, mas mesmo assim não teve seu rosto estampado na capa original do disco. O grande detalhe é: Não teve seu rosto estampado no disco oficialmente, porém, existe uma versão bootleg com ele (disco raro, que foi lançado apenas no brasil. Os poucos que estão á venda custam em torno de R$400,00). O disco também  conta com uma edição (relançado em 1985) onde o grande triunfo foi a produção feita por Stanley Simmons e Michael James Jackson, além de uma capa nova, com a foto dos integrantes sem maquiagem, já com o Bruce Kulick.

                                                     Blooteg com Vinnie Vicent na capa

Álbum relançado em 1985 (sem maquiagem e com Bruce Kulick)


Apesar da sonoridade mais pesada e de ter sido considerado o melhor disco do Kiss desde “destroyer” (1976), o disco possui um heavy metal bem comercial e foi um fracasso de vendas nos Estados Unidos assim como a quantidade de shows, fazendo a banda criar uma estratégia de ir para lugares que nunca haviam tocado, “graças” a isso, a América do Sul recebeu pela primeira vez o show da banda. E foi no Brasil que aconteceu alguns shows que entraram para a história da banda: o recorde de público (cerca de 250 mil pessoas no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro) e o último show com as tradicionais maquiagens (Estádio do Morumbi em São Paulo no dia 25 de junho de 1983). Mas por pouco esses shows não foram cancelados, devido ao atraso dos produtores brasileiros em pagar a banda, não bastasse isso, ainda os integrantes passaram por um constrangimento em uma coletiva de imprensa ao responder perguntas infames sobre rituais satânicos e sacrifício de animais, situação que deixou os músicos desconcertados, pois não estavam acostumados com esse tipo de questionamento. Para piorar, houve uma série de acontecimentos horríveis, desde instrumentos roubados no aeroporto até seguranças que não falavam inglês e que cuidaram da banda. Isso explica a demora de 11 anos para a banda retornar ao Brasil.

O disco não colocou o Kiss de volta aos pilares do rock, mas é um grande disco da banda e não pode faltar na estante de nenhum colecionador. Após esse lançamento, a banda apostou em uma mudança para não cair no esquecimento (algo que é difícil acontecer), mudou o direcionamento das músicas, trocou de integrantes e lançou um trabalho onde os membros aparecem sem as tradicionais maquiagens: “Lick It Up” (1983). Mas a resenha desse disco fica para uma próxima.


Põe pra rodar: Kiss - Creatures of the Night (1982, Casablanca Records)



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2 Comentários
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  1. Muito legal essa materia pois tive o disco e tenho o cd e não sabia sobre essas tretas .

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  2. Não consigo entender como esse puta disco flopou nos EUA. Ele é extremamente superior, não só ao aclamado Destroyer, mas é infinitamente superior a toda a discografia do Kiss, uma vez que ele é um álbum totalmente fora da curva da discografia da banda. Vai entender? Coisa de fã xiita.

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