Entrevista com Bacalhau (Ultraje A Rigor)


Marco Aurélio Mendes da Silva, conhece esse nome? Não? Talvez você conheça mais pelo apelido de "Bacalhau". Desde 2002 ele é o baterista de uma das maiores bandas nacionais, o "Ultraje A Rigor", e atualmente também está com a banda no programa "The Noite", Ultraje A Rigor não foi a primeira banda dele. Saiba mais nessa entrevista exclusiva!!



De onde veio o apelido "Bacalhau"? Vem de antes dos tempos do Ultraje?

Tinha 11 anos quando ganhei esse apelido, foi na 5a série. Quem me deu esse apelido foi o primo do Beto, que tocou comigo no Rumbora.
Muitos anos depois me encontrei com ele e perguntei pra ele porque ele me deu esse apelido, mas ele já tinha esquecido o motivo.
Vou morrer sem saber porque. Hehehe
Quando e como entrou no mundo musical? 

Minha casa sempre foi cheia de música, apesar de meus país não serem músicos, com 6 anos meu primeiro disco foi o "É Proibido Fumar" do Roberto Carlos e eu literalmente dormia com o disco, até o dia que obviamente ele amanheceu quebrado.
Com 11 anos, por influência de amigos de sala de aula, desenhava palcos no caderno e me imaginava dando um show.
Com 15 estava dando meu primeiro show e daí nunca mais parei.
Toca outros instrumentos além da bateria?
Não. Brinco com o violão, com o baixo, mas dizer que toco outro instrumento seria um exagero da minha parte.
Além do Little Quail and The Mad Birds, Rumbora e do Ultraje A Rigor você participou de outras bandas?
Sim, tive uma banda chamada Orgânica.

Como foi o convite para participar delas?
Com o Little Quail foi aquele lance de sala de aula. Numa redação falei do meu amor por música e assim o Gabriel soube que eu tocava bateria, daí a gente começou a conversar e ensaiar as musicas na carteira, daí marcamos um ensaio e entrei pra banda.
Com o Rumbora foi logo que saí do Little Quail. Sempre toquei com o Alf é sempre falamos em ter nossa banda, daí quando saí do Little Quail, foi natural a gente formar a nossa.
Quando você esteve no Rumbora, abriu o show do The Mission. Como foi esta experiência?
Nesse dia Eu não abri o show do The Mission, eu toquei no The Mission. 
O baterista Scott Garret, que antes tocava com o The Cult, teve problemas com o visto dele e não pode pegar o avião. Eu estava almoçando quando toca o telefone e o Digão do Raimundos me falou que estava na 89fm e lá, o produtor do show disse que estava desesperado por causa dessa situação, então, ele disse que conhecia o cara que ia resolver o problema dele, daí me ligou.
Larguei o prato na mesa e saí voando pro Via Funchal, chegando lá os caras estavam no palco com aquela cara de desespero, quando me apresentei pro teste.
Quando me olharam não acreditaram, pois estava com uma camisa do The Mission, velha, toda rasgada e meus discos da banda. Sempre fui fã e sabia tocar praticamente tudo.
Eles falaram "tudo bem", montei o instrumento e eles me perguntaram: "O que vc sabe tocar?". Respondi que até o Mask sabia tocar tudo. Eles me olharam com espanto e o Wayne sugeriu "Beyond the Pale" e eu disse "OK".
Tocamos e quando rolou as convenções do meio da música, todas no lugar, ele ficava cantando e olhando de canto de olho pro Craig Adams e os dois sorriam.
Quando terminamos eles falaram que eu estava dentro. Nesse dia o setlist foi montado todo em cima do que eu sabia. 
À noite o show foi fantástico, histórico. Realizei um sonho de adolescente, porque ouvia os discos e imaginava tocando com eles e tocar aqueles clássicos, com a Funchal lotada, foi muito emocionante.
Dois anos depois eles voltaram ao Brasil e eles tiveram o mesmo problema, daí o Wayne me ligou direto e tocamos em Recife no Abril pro Rock. O legal é que dessa vez tivemos 3 dias de ensaio, o que foi surreal, entrar em estúdio pra ensaiar com ídolos de adolescência. Foi tudo muito legal, muito especial.


Quais bateristas servem/serviram de inspiração para você?

Ah, vários! 
Rubinho Barsotti do Zimbo Trio, Chad Smith, Budgie do Siouxsie and the Banshees, Neil Peart, Barone, Charles Gavin, Ilan Rubin, Balé do Escola de Escândalos, Mick Brown do The Mission, John Boham, entre outros.
Quais suas bandas preferidas? 

The Beatles, Red Hot Chili peppers, Led Zeppelin, Legião, Ultraje, The Mission, Queens of The Stone Age, Titãs, Foo Fighters.

"Os Invisíveis" tem grandes sucessos, como "Agora É Tarde", "Me Dá Um Olá" e "Domingo Eu Vou Pra Praia". Como foi o processo de gravação desse disco? Esperava que essas músicas tivessem um grande sucesso?
O processo foi bem simples.
Eu entrei na banda uma semana antes da gravação, recebi do Roger um CD com um a pré-produção que ele gravou em casa, ouvi pouco antes de entrarmos em estúdio, fomos pro Rio e tudo aconteceu, hehehe, foi bem assim mesmo.
O clima das gravações foi ótimo, parecíamos uma banda gravando seu primeiro disco, e de certa forma era mesmo.
Muito espontâneo, visceral e soou com a urgência que uma banda de R'n'R tem que soar.
Demos o nosso sangue e acho que, dentro do espaço de atenção que a mídia deu pra gente, o resultado foi legal. Conseguimos emplacar umas musicas, mas acho que é um disco injustiçado.
O último trabalho do Ultraje foi o EP "Música Esquisita A Troco de Nada". A banda tem planos para mais algum disco novo?

Estamos planejando gravar um disco instrumental com os temas que tocamos no programa. Estamos empolgados com isso.


Como foi é feito o setlist dos shows? Em alguns shows você canta "Ponto de Ônibus" (esperava ver ela ao avivo, mas não foi dessa vez). Você gosta de quando assume os vocais?
O Roger tem na cabeça uma sequência de musicas que vai alterando naturalmente conforme o momento, tudo é muito natural, de momento mesmo.
Gosto de cantar sim, faço backings durante o show e me divirto com isso.


Acha que exige grande treino para tocar bateria e cantar ao mesmo tempo?
Desenvolvi isso na raça mesmo, as bandas que toquei precisavam, fui tentando e com o tempo fui melhorando.
Além do Ultraje, está também em algum projeto paralelo?
Não, mas volta e meia alguém me chama pra gravar alguma coisa.

O Roger é São Paulino fanático, o Kleine (Que já foi entrevistado do blog) Palmeirense. Você tem algum time que acompanha também?
Não dou a mínima pra futebol.
Prefiro torcer para as bandas que gosto.
Qual o seu hobby? Tem algum?
Hobby não, mas gosto de ir pra serra do mar e andar na mata, conhecer os rios, é muito bom.
A banda toda mostra também  ter uma visão de política parecida. O que você acha do sistema brasileiro e o que pode ser feito para ser melhorado, e o Brasil passar de "O país do Futuro" (já dito desde o primeiro disco do Ultraje) para ser o país do momento?

Muita coisa precisa mudar, mas tem duas muito importantes.
A primeira é tirar o PT e qualquer partido comunista do poder, principalmente os filiados ao Foro de São Paulo, que é uma organização criminosa que está com o plano de implantar uma ditadura bolivariana que vai jogar esse país no fundo do poço. Peço a todos que procurem estudar sobre o Foro e o que ele representa no esquema global, pra vocês verem que inferno que está prestes a se estabelecer.
Segundo é uma política de punição extremamente severa para qualquer tipo de corrupção na política. Repito, punição extremamente severa para qualquer ato desonesto na política.
Deixe algum recado para o pessoal ligado no blog...
Ouçam muita música, tenham uma fé pra seguir, cultuem e respeitem a família, ele é o bem mais preciso.
Sejam honestos e trabalhem, não esperem ou achem que alguém tem que dar nada pra vocês.
Acreditem em seus sonhos.
Abraços!

Eu e o bacalhau, no estúdio do extinto "Agora É Tarde"

 Vejam o Bacalhau em ação: 


Assista o "Acústico MTV: Ultraje A Rigor":


Siga o Bacalhau nas redes sociais do Twitter e do Facebook.

Confira todas as entrevistas do blog aqui.

Postar um comentário

1 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.